sábado, setembro 30, 2006

E de repente...

Quando pensava que o meu puto tinha (e tem) de longe, mas vida social do que eu - a minha vida social acaba por se resumir, demasiadas vezes, a levá-lo e a trazê-lo de festas de anos dos inúmeros amigos dele - acabo por ter um fim de semana prolongado mais cheio de eventos do que eu gostaria de ter. Porque é que tem que ser sempre tudo ou nada?
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A propósito de nada

Nao cobiCarei a mulher do próximo. Nem da próxima. É que nem pensar. Era só o que me faltava.
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O que aprendi hoje

No meio de uma multidao é natural que haja empurroes, apertoes, apalpoes. No meio de uma multidao de bêbedos, ainda mais. No meio de uma multidao de bêbedos em que cerca de metade fumam, há ainda o risco de apanhar uma queimadela de cigarro.
É por estas e por outras que Oktoberfest, ao fim de semana, para mim, nunca mais.

(estive tao perto de enfiar uns pares de estalos a uns gajos...)
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sexta-feira, setembro 29, 2006

Logo de manhã

- Então miúdo, ainda não te vestiste?
- Não me deste roupa.
- Mas podias ter escolhido tu. Olha que da tua idade já não deixava a minha mãe escolher-me a roupa.
- Mas a tua mãe devia escolher-te roupa horrorosa!
- ...

(isto era um elogio? ou era o miúdo a dar-me a volta?)
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quinta-feira, setembro 28, 2006

O princípio do fim

Apesar de na maior parte do tempo me continuar a sentir da mesma maneira que antes de ser uma adulta responsável (se é que é isso que sou, gosto de pensar que não, mas a verdade é que tenho uma parte muito adulta e responsável, e outra extremamente infantil, brincalhona, e malandra), há acontecimentos que me chocam ao ponto de me fazerem perceber que já não sou uma miúda. Não é só o facto de já não ter que ir às aulas de manhã - nem de poder faltar às aulas de manhã - nem sequer o facto de me pagarem por um trabalho que faço regularmente - afinal eu até trabalho há muitos anos, embora tenha feito coisas diferentes daquilo que faço hoje em dia. De repente, o meu cérebro absorve a informação de que tenho um trabalho a sério. Já não é um bando de miúdos a brincar às profissões, são diversos adultos que têm vidas privadas, que se não saem à noite não é porque os pais não deixam mas porque os filhos exigem a sua presença, que se aturam mutuamente mesmo que não se suportem, que fazem fofocas sobre os colegas, e que, e isto é que foi o meu momento de clarividência, um dia vão-se embora porque está na hora de deixar de trabalhar. A reforma, é uma coisa que só acontece àqueles muito velhos (quer dizer...), é um adeus permanente, e às vezes custa não só a quem vai, mas também a quem fica. Há uns dias, uma secretária reformou-se. Fez uma festa, e eu nem fui - não a conhecia bem, e por isso nem liguei, tinha coisas mais importantes a fazer. Daqui a pouco tempo, um dos meus colegas preferidos vai-se reformar. É um tipo bem disposto, compincha, eficiente, e tem sempre boas histórias para contar. Vai-se embora para a terra dele, e muito provavelmente nunca mais o vou ver. É quase como se morresse, para mim. Para ele, suponho que seja bom - reformou-se uns anitos antes dos 65 (poucos), apesar de perder parte da reforma, prefere aproveitar o resto da vida a fazer outras coisas que lhe dêem mais prazer. Eu, e sei que outros colegas pensam o mesmo, tenho pena, sou egoísta ao ponto de desejar que ele mudasse de ideias e ficasse. Vai-me fazer falta. A quem é que eu vou pedir ajuda, quando precisar? E, mais importante ainda, quem é que nos vai trazer aqueles bolos austríacos deliciosos?
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quarta-feira, setembro 27, 2006

Worl Wide Market

À procura do quarto livro do Harry Potter em alemão (para oferecer, claro, que eu não tenho coragem para ler livros tão pesados numa língua que não domino a 100%) fiz uma descoberta horrorosa. O livro, novo, custa o mesmo em qualquer um dos vários sítios onde o procurei, ebay incluído. Tem toda a lógica. Se as lojas virtuais estão todas à mesma distância, é natural que em vez de se canibalizarem umas às outras, tenham todas o mesmo preço, e acabe por ganhar a que inspirar mais confiança. Só falham numa coisa. É que para isto, prefiro ir a uma livraria a sério, abrir os livros, sentir-lhes o cheiro, sentar-me sossegadamente a ler algum livrito com menos páginas como se estivesse numa biblioteca onde se pode ter o telemóvel ligado e falar em tom normal com o vizinho do lado.
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terça-feira, setembro 26, 2006

À maluca

E se por acaso parecer que ultimamente ando a escrever de uma maneira esquisita, provavelmente, é porque ultimamente me sinto esquisita. Só ainda nao sei se é uma coisa boa ou nao. Mas até agora, nao tem tido piada nenhuma. E agora, nao se ponham a ler nestas linhas aquilo que eu nao escrevi. Nao se passa nada. Que eu saiba.
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...

Estava eu ontem a ver o Opiniao Pública - mas quem é que me mandou a mim ligar a sic notícias, logo quando eu já tinha desistido há largos meses de ver telejornais, que ainda no outro dia um amigo meu teve de cancelar uma viagem a Taiwan, e quando eu perguntei porquê ele responde-me com a pergunta - mas tu nao ves o telejornal - e eu disse que quando o telejornal começa eu mudo logo de canal, e ele depois explicou-me que tinha havido um golpe de estado e nao era muito seguro estar a viajar para lá, embora tivesse sido um golpe de estado mais ou menos pacífico, pelo menos até agora - onde, mais uma vez, se cortava na casaca dos funcionários públicos. Porque os funcionários públicos sao muitos (entao os deputados, acessores, motoristas e consultores, nem se fala), porque ganham muito mais do que no privado (as mulheres a dias ganham mais que os professores, vinha ontem num jornal), porque têm mais previlégios que "os outros", e tal e coisa. E o que mais me incomodou, para o que me havia de dar, ver este canal, foi o jornalista a expressar claramente a sua opiniao, a insistir nela, e mais do que fazer o trabalho de fazer perguntas, tentar ao máximo influenciar a opiniao das pessoas. É óbvio que há funcionários públicos incompetentes (privados também). Se os há a mais ou nao, nao sei bem, mas a verdade é que há imensos casos de trabalho que costumava ser feito por funcionários públicos e que hoje em dia é entregue a privados, que cobram mais do que antigamente custava fazer o mesmo serviço. Uma coisa no entanto é certa. O Estado nao pode olhar para os seus funcionários como se fosse uma empresa. Se o Estado despedir funcionários, nao tem as mesmas consequências que uma empresa. Isto, é o que os senhores jornalistas, entre comentadores políticos e afins, se esquecem, propositadamente ou nao. É que quando uma empresa despede um trabalhador, paga-lhe uma indeminizaçao e acabam-se as suas obrigaçoes/despesas. Quando o Estado manda alguém para a rua, nao é só a indeminizaçao que tem que lhe pagar, mas também outras despesas como subsídios de desemprego ou rendimentos mínimos. E de um ponto de vista puramente contabilístico, pode sair mais barato continuar a ter alguém que trabalha a meio gás, mas sempre vai produzindo alguma coisa, e que no fundo nao é assim tao caro como isso (pois, ninguém vai despedir os gestores de topo, pois nao, é pelos ordenados mais baixos que vao começar) comparado com os custos de despedir essa pessoa. E afinal, se há 219 mil euros para chamadas para telemóveis só no gabinete do primeiro ministro, é porque a crise nao pode ser assim tao grande. Só esse dinheiro dava para pagar um ano de salários de 750 euros a 24 pessoas. Pouca coisa, claro...
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A moer

Há coisas na vida que me incomodam. Tenho a mania que sei quase tudo, e adoro dar bons conselhos às pessoas. E as pessoas ouvem-me e dizem que tenho razao, e a seguir vao logo fazer exactamente o contrário, obtendo o resultado contrário ao que queriam. Nao sou adepta do "eu bem te disse", mas ainda assim chateia-me ver que ando a desperdiçar bons conselhos em pessoas que só aprendem depois de dar com a cabeça na parede. E que nem sempre têm uma segunda oportunidade.
Eu bem sei que tenho sorte, e que quase tudo me corre bem à primeira. Até pode ser que as outras pessoas nao tenham uma estrelinha assim a tomar conta delas, mas caramba, podiam aprender um bocadinho mais depressa. Nao digo que o simples facto de ouvirem conselhos tao sábios como os meus seja razao para mudarem o seu comportamento, mas pelo menos deveria bastar baterem uma vez com a cabeça na parede para saberem que isso dói. Ou será que nao?
Eu sou uma gaja fixe (se eu nao gostar de mim, quem gostará?). Tenho o maior prazer em dar uma ajuda a pessoas que podem beneficiar dos meus conhecimentos (ou das minhas coisas...), mesmo que essas pessoas sejam desconhecidas. Já me aconteceu ter a ajuda preciosa de pessoas eram praticamente estranhas para mim, e só lhes tenho a agradecer. A minha maneira de agradecer é ajudar outros estranhos.
Algumas pessoas gostam é de se queixar eu nunca me queixo!. A vida corre-lhes mal, os filhos só fazem o que lhes apetece, os vizinhos estacionam mesmo em frente à garagem delas, a chuva cai sempre horas depois de lavarem o carro, se está calor morrem assadas, se está frio congelam, quando está bom tempo têm que trabalhar, e quando está mau tempo vivem num país horrível. No fundo, eu já devia ter aprendido. Estas pessoas querem é atençao. Elas querem lá saber dos meus bons conselhos. Se os acatassem, a vida correr-lhes-ia bem, e isso nao pode ser. Há pessoas que pensam que sao o centro do mundo. Narcisistas, egoístas, enfim. Há outras, que pensam que o mundo conspira permanentemente contra elas, e nao há maneira de as convencer que quando há tempestades, elas sao para todos.
Para que é que eu ando a gastar o meu latim...
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Pontualmente

atrasada 10 minutos.
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segunda-feira, setembro 25, 2006

...de repente...

o rato começa a mexer-se sozinho muito rapidamente. Imediatamente ocorre-me a possibilidade de alguém estar a controlar remotamente o meu computador. No instante seguinte, percebo que afinal era só uma mosquinha.
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Quantos blogues se podem ler em 5 minutos?

Abrindo um site de feeds, lendo só os updates, até porque o resto não interessa porque já foi lido, dá pelo menos para 3, partindo do princípio que se escolhem os blogues que não têm por hábito escrever posts-testamento. E ainda dá tempo para escrever um postzinho, pequenino, para mostrar ao mundo a descoberta. E agora estou no ir, que hoje o trabalho não me larga, e se eu não vou depressinha vem ele buscar-me.
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domingo, setembro 24, 2006

Fui visitar minha tia a Marrocos...

ai nao, enganei-me no título. O que eu queria mesmo dizer era que fui à Oktoberfest de tarde, sentei-me ao sol a comer meia galinha (de churrasco? mas estes churrascos nao sao bem como os nossos) e a beber um apfelschorle (50%água com gás, 50% sumo de maça, tem o mesmo aspecto de um copo de cerveja quando a espuma já se foi e sabe muito melhor), acompanhada por brezen gigantes e pessoal que falava falava falava e nunca mais se calava, e o sol a dar-me na tola, e o meu cabelo começa a aquecer, a aquecer, a aquecer, e o cérebro por baixo já estava a cozinhar, e entretanto dá-me um sono que já nao aguentava mais. Despedi-me do pessoal - tenho muita pena mas vocês dao-me sono, ai nao, estava a brincar, o sol é que está a dar cabo de mim, eu bem sei que sou portuguesa, mas almoço e sol é receita infalível para eu adormecer, deixem-me lá ir antes que adormeça aqui à mesa e tudo - e fui andando para o comboio. Entrei, escolhi um lugar à beira da janela que era para me encostar, e adormeci logo, e só acordei quando o comboio já tinha parado na minha saída, e por pouco que nao ia parar ao fim da linha. Podia ter ficado mesmo na Oktoberfest e dormir no meio do parque, ali num sítio qualquer, provavelmente nao seria a única a dormir por ali (mas concerteza a única a fazê-lo sóbria), mas à medida que o dia se vai esgotando a quantidade de bêbedos por metro quadrado vai aumentando exponencialmente e eu nao sou miúda para arriscar ser acordada abruptamente por qualquer coisa desagradável, até porque qualquer coisa, seja ela qual for, que me acorde, é sempre desagradável. Vai daí, dormi no comboio, e quando cheguei a casa continuei a dormir, e quando acordei senti-me muito melhor.
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Olha...

começou o Outono e eu nem dei por nada! A verdade é que este mês de Setembro tem sido óptimo, bem melhor do que foi Agosto (a parte que passei em Munique). A grande maioria dos dias tem sido de sol, calor q.b., como eu gostaria que fosse durante o ano inteiro. E daí talvez nao, mas lá que gosto deste tempo quente e sem chuva, gosto. E sendo assim, aproveito que o miúdo ainda é pequeno e faz o que eu mando para darmos passeios de bicicleta até me fartar da bicicleta ou de ouvir o miúdo a protestar. Ele até gosta de andar de bicicleta, mas prefere os jogos de computador, como qualquer miúdo da idade dele. E como mae, tenho a obrigaçao de lhe estragar o divertimento dentro de quatro paredes.
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sexta-feira, setembro 22, 2006

O que é isto?

Meus amigos, isto assim não dá. Eu que ontem nem cozinhei, nem andei a brincar com agulhas, acendi umas velas mas com um isqueiro muito comprido, não sei como é que isto me foi acontecer. Tenho o polegar vermelho, como se tivesse picado ou queimado, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Também não passei a ferro, ontem. Antes de ir para a cama, não me lembro de ter nada no dedo. E se estivesse vermelho, e a doer como me dói agora, de certeza que me apercebia, e não me ia esquecer de uma coisa dessas - a não ser que já tivesse passado.
Eu até tive uns sonhos cheios de acção. Passei a noite a jogar futebol, a ir à escola, e já não sei mais a quê, mas sei que foi cansativo. Acordei, mais uma vez, cheia de sono. Começo a desconfiar que se passa alguma coisa comigo. Sonâmbula não devo ser, se fosse já alguém lá em casa deveria ter reparado, mas hei-de andar lá perto. Se eu falo durante o sono - embora no dia seguinte não me lembre de nada - também é possível que ande por aí a fazer outras coisas e depois não me lembre.
Pondo por uns segundos a hipótese de me ter tornado sonâmbula, ainda assim não consigo imaginar como é que o meu polegar mudou de cor. Mas que é que será que andei a fazer durante a noite? Bem sei que volta e meia apanho umas nódoas negras nas pernas que não sei de onde vêm - provavelmente de dar encontrões nas mesas de vez em quando - mas isso não quer dizer que ande por aí a dormir, literalmente.
Uma coisa é certa. Não faço a mínima ideia do que me está a acontecer. Se calhar o melhor é trancar a porta do quarto à chave quando for dormir. Assim, mesmo que me levante de noite durante o sono não posso mexer em objectos perigosos (é melhor trancar também a tesoura que está no quarto). Começo a ter medo de mim própria. O que vale é que não moro num prédio alto.
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quinta-feira, setembro 21, 2006

Cúmulo

Ando tao cansada, tao cansada, tao cansada, que passo o dia a dormir acordada. O que me vale é que amanha já é sexta e ainda para mais tenho a sorte de o chefe nos levar a almoçar à Oktoberfest.
Nao sei é que isto aconteceu, mas parece que perdi a minha capacidade de dormir uma sesta quando chego a casa, e isso está a dar cabo de mim. O que eu precisava mesmo era de uma sala de sestas, para dormir um bocadinho depois do almoço em vez de me transformar, imediatamente a seguir ao café, num zombie. A cafeína já nao é o que era, dirao alguns, mas a verdade é que a cafeína nunca me manteve acordada. Quando tenho sono, só depois de dormir é que me passa. E agora só consigo dormir ao fim de semana...
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quarta-feira, setembro 20, 2006

Dúvida

Atom ou rss?
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Livros de Amigos

Quando eu andava no ciclo, portanto, há imensos anos, nessa altura dizia-se ciclo ou escola preparatória, pelo menos na minha zona até porque a escola era nova e dizia na tabuleta que era uma "escola preparatória", dizia eu, quando eu andava no ciclo, sentindo-me tão crescida porque já não andava na primária, e até tinha um horário e tudo, e aulas diferentes de uma hora para a outra, com um intervalo entre duas aulas que só durava 10 minutos mas dava para jogar à bola ou ao "arranca-cevada" que era para dar cabo dos costados a uns miúdos ou até os meus próprios, nessa altura as meninas, normalmente eram as meninas, gostavam muito de algo a que chamávamos "inquéritos". Alguém comprava um caderno, escrevia uma pergunta em cada folha, e depois esse caderno passava pelas meninas todas, pelo menos, por alguns meninos também, e toda a gente tinha que responder. As perguntas variavam conforme a idade mental da dona do caderno, podiam passar pelo "quais os teus desenhos animados preferidos" até "qual a tua banda preferida" - toda a gente sabe que a primeira pergunta só pode vir de uma criança, enquanto que a segunda é reservada a adolescentes ou jovens (ia dizer adultos também, mas depois comecei a pensar quando é que foi a última vez que alguém me perguntou qual a minha banda preferida sem ser na net, que na net não conta porque temos todos praticamente a mesma idade, na net somos todos teenagers, assim em inglês e tudo, mesmo que já tenhamos 70 anos e tentemos escrever em blogues enquanto os netos nos saltam para o colo e pedem para deixarmos o computador para eles, então dizia eu que a última vez que alguém me perguntou qual a minha banda preferida foi já há tanto tempo que eu já nem me lembro).
Nessa altura era tudo diferente, pois, foi há tanto tempo como é que poderia ser igual, comprávamos a Bravo no quiosque por causa dos posters pois a revista vinha em alemão e ninguém compreendia uma palavra, mas comprávamos na mesma, é para verem como os tempos eram diferentes, que eu há uns tempos descobri que agora já a a Bravo em português e até trás posters dos D'zrt e tudo.
Os anos passam, os tempos mudam, tudo é diferente, mas no fundo no fundo, os miúdos não são assim tão diferentes. Se calhar já não há cadernos com inquéritos (mas emails com inquéritos, isso há, suponho é que não circulem entre miúdos do ciclo), mas há outros cadernos. Nem são bem cadernos, são livros. Os livros dos amigos. Provavelmente inspirados nos antigos cadernos dos inquéritos, eles livrinhos devem ser um sucesso de vendas maior do que os livros escolares. Todos os miúdos da sala do meu filho têm um, e até deve haver miúdos com mais do que um caderno, que aquilo é uma praga que nunca mais acaba. O meu puto, com a paciência que só um miúdo pode ter, lá vai recebendo um livrinho de cada vez, preenchendo a página que lhe corresponde, colando uma foto dele para que o tal amigo, dono do livro, nunca mais se esqueça dele. E responde à perguntas do tal livrinho. Qual a cor preferida, disciplina preferida, jogo favorito. E coisas que mudam mais depressa do que o pensamento: qual a profissão que gostava de ter um dia (condutor de autocarro, engenheiro, matemático, cientista, bombeiro, jogador de futebol, e a última: jogador profissional de jogos para consolas), ou qual o melhor amigo ou qual a sua música preferida (esta muda sempre que o deixo ouvir música no meu leitor de mp3).
Estes livrinhos são giros. Não sei se os miúdos os apreciam, mas eu gosto imenso de me sentar com o meu miúdo a ver as respostas dos outros amiguinhos dele, e as dele também. Fica-se a saber coisas que nunca nos passaram pela cabeça. Que há um miúdo que pratica rugby. Que há miúdos com um belíssimo sentido de humor. Alguns miúdos, tão pequeninos que eles são, e já estão com a cabeça nas futuras namoradas. E outros, tão pequeninos e já se levam tão a sério. Sinto-me uma privilegiada por ainda poder ler estas coisas. É que na minha idade, já ninguém com juízo faz cadernos de inquéritos.
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De morrer a rir

Este post do Casado é genial.
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terça-feira, setembro 19, 2006

Donas de casa desesperadas

Quem é que nao gostava de ver as donas de casa mais famosas do planeta às 21h15 de terça, em vez de depois-da-meia-noite-e-até-horas-a-
-que-já-devia-estar-pelo-menos-no-segundo-sono?
Na televisao alema, é assim. Em vez de telejornais até às tantas (mas quem é que quer saber que estejam em directo da porta da casota do cao do homem que viu aqueloutro que disse que aconteceu, mas que nao quer prestar declaraçoes) as séries e os filmes começam a horas decentes. Mais importante ainda, acabam a horas decentes. Por este andar ainda me rendo às dobragens.
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Limpeza de Outono

Entre outras coisas, o Tiago foi parar onde merecia (o cantinho dos blogues emigrados), e criei na barra lateral esquerda uma área que liga directamente às receitas que me andam sempre a pedir. Agora só falta pôr a roupa do miúdo a lavar, que ele hoje encheu a camisola de água e terra, e eu nem quero saber como é que isso foi. Até porque hoje ele encontrou o casaco que tinha perdido há 15 dias, portanto o melhor é nao abusar da sorte.
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Palavra do dia

Schürzenjäger (der)

Traduzido à letra, "caçador de aventais". De onde se depreende o que é realmente importante para os alemães, ou que "pela boca morre o peixe" se aplica por cá.
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segunda-feira, setembro 18, 2006

Blogue do dia

O perguntar não ofende.
Num blogue de perguntas retóricas, é surpreendente que se dê oportunidade aos leitores de comentar/responder.
Todos os dias uma (boa) pergunta nova.
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Momento revolver-tudo-à-procura-da-coisa-
-que-estamos-a-precisar-desesperadamente-
-neste-momento-e-que-nao-pode-esperar

Mas onde é que meti o novo catálogo do IKEA (lido à alema, i-quê-ah)?

(será que já foi parar à reciclagem? como é possível???)
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Uma boa invençao*


Já repararam nas embalagens cartao de compal, as de 330 ml? Elas até parecem uma boa ideia ao início... até que uma pessoa resolve beber o conteúdo. Quer se beba directamente da embalagem, quer se deite para um copo, há sempre um bocadinho que fica lá dentro. Ora isso nao está nada bem. Se uma pessoa paga 330ml, e a embalagem tem 330ml, entao é porque se deveria poder beber os 330ml. Eu gosto de compal demais para poder deixar ficar um bocadinho da bebida na embalagem e nao ficar a remoer por causa disso. Felizmente arranjei uma maneira de dar a volta à questao. Uma palhinha! :)

* a palhinha!
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O que sabemos...

Apesar de as palavras "Robert Smith" se ligarem instantaneamente a outras duas palavras na minha cabeça ("The Cure") era capaz de apostar que nunca o reconheceria nem que estivesse a um palmo do meu nariz (link).
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Um tema de outono...a areia

Num dia de outono como este (18 graus, mas dos frios, cinzento daqueles em que provavelmente nao vai chover e como tal podemos esquecer o sol) podia-me ter dado para um tema outonal. As abóboras, por exemplo, as folhas das árvores, que por algum milagre ainda nao estao todas cor de laranja , castanhas ou vermelhas, as lojas que se recusam a fazer decoraçao de halloween e passam directamente para a decoraçao de Natal (que horror, ainda faltam mais de 3 meses!), a Oktoberfest que começou neste fim de semana... Enfim, temas é o que nao falta. Talvez pelo começo efectivo do Outono durante este fim de semana, eu tenho andado a pensar é na praia. Vi as inúmeras fotos que tirámos no Verao (verao é o tempo que passo fora da Alemanha) e recordei-me de um dos dilemas que enfrento todos os anos: a areia no fato de banho. Será que isto só me acontece a mim? Vou para a praia, passo a maior parte do tempo a dormir na toalha (isto se nao houver putos a correr e a saltar à minha beira, nesse caso tenho que fazer cara de má e soltar uns grunhidos que os assustem), vou ao banho duas ou três vezes, e no fim tenho o fato de banho cheio de areia. Nao interessa se o fato de banho é novo ou velho, a areia entranha-se no tecido e nao há maneira de a retirar totalmente. Já tentei diversos remédios, mas nenhum parece funcionar. Lavar à mao, como eles dizem na etiqueta, é a maneira mais ineficaz de retirar a areia. Lavar à máquina funciona melhor, mas nao resulta completamente. Além disto, experimentei deixar o biquini de molho numa bacia com água e um pouco de detergente durante umas horas. Saiu alguma areia, mas nao toda.
Como é que se resolve um problema destes? Estarei condenada a ter que usar um biquini novo de cada vez que vou à praia? (era só o que faltava..)
Muito provavelmente há-de haver por aí mais pessoas com o meu problema. Ainda para mais agora que cada vez mais se usam biquinis brancos, onde a areia se nota mais, era capaz de apostar que há-de haver pelo menos um sítio por essa imensa rede onde alguém tenha uma resposta a esta questao tao importante.
Sorte a minha, depois de várias pesquisas no google, que isto de fazer uma pesquisa tem que se lhe diga, lá encontrei um site onde aparece exactamente a questao que me atormenta. Infelizmente, apesar de a pergunta formulada ser exactamente a mesma que eu queria ver respondia, as respostas sao menos que satisfatórias. Sendo a pergunta "Qual a melhor maneira de se retirar a areia que insiste em ficar entre o tecido e o forro do biquíni?" há uns inteligentes que respondem a uma pergunta totalmente diferente, que seria, por exemplo, "Como evitar que a areia se instale no tecido do biquini?". Assim, as respostas vao desde o "nao vá para a praia com biquini" até ao "use sempre outra peça a proteger o biquini" (nao estou a citar, estou a interpretar). Gente, aviso já que usar calçoes com o biquini nao adianta nada: foi assim que enchi o meu biquini de areia da última vez, a uma taxa bem superior à normal.
Adoro o meu biquini novo (usado duas ou três vezes e cheio de areia) e quero usá-lo outra vez!!! Alguém tem um remédio milagroso?
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sexta-feira, setembro 15, 2006

Sexta feira 13

Eu sei que nao é, mas parece. O bloglines passou-se, a weblog também (já andava a dar sinais disso há muito tempo), diversos blogues do blogspot dao um "erro 500" seja lá isso o que for, e alguns blogues do wordpress nao abrem (dizem que precisam de password). Se calhar é do meu PC, mas provavelmente nao é. Que é que lhes deu?
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Os castigadores da parvoíce

Aqui se prova que mesmo blogues individuais podem ter posts escritos a duas maos - ou melhor, a quatro, que nós somos umas miúdas dotadas e usamos as duas maos nos teclados!
Se calhar devíamos fazer isto mais vezes. :)

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quinta-feira, setembro 14, 2006

Blogue do dia

A sombra. Entre outras coisas, porque coloca vários questoes sobre os ataques ao WTC que também me intrigam. Esta história nao cheira nada bem. E, provavelmente, nunca vamos saber o que é que realmente se passou.

Pergunta 4: Como é possível que nem um dos 19 sequestradores,identificados pelos investigadores do 9/11, apareça nas listas de passageiros dos vôos que sequestraram?
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O Toque

Os portugueses distinguem-se pelas maneiras inovadoras de utilizar aquilo que têm à disposição. O chamado “desenrascanço” que revela o pequeno McGyver que há em cada um de nós. Um clip nunca é simplesmente um clip, mas uma ferramenta que serve para muito mais do que segurar uns papéis. Um papel (qual papel?) não é simplesmente um suporte para escrita ou impressão, poderá tornar-se rapidamente, depois de convenientemente dobrado, na peça que faltava debaixo da perna mais curta de uma mesa para que esta deixe de abanar. Um talão do Multibanco pode tornar-se numa lista de compras, ou até – maravilha das maravilhas – num post. Em caso de necessidade as costas de alguém poderão servir de mesa, um par de chinelos pode transformar-se nos postes de uma baliza. E qualquer objecto pode transformar-se numa arma de arremesso.
Depois da adesão em massa aos telemóveis na pátria lusa – diz-se que já há mais que um por habitante e que até os bebés têm um! – veio a necessidade de desenrascar. É que as chamadas são caras, os SMSs também, e o povo, apesar de equipado com telemóveis de última geração, não é rico. Vai daí, alguém inventou “o toque”, ao qual quase todos nós aderimos. Não conheço nenhum estrangeiro que imagine que receber um toque no telemóvel tenha um significado, muito menos que “o toque” possa constituir uma linguagem completa. Um toque pode querer dizer tudo e mais alguma coisa. Dois então, nem se fala…
Os teenagers mandam toques uns aos outros, a horas estapafúrdias, para que o outro saiba que pensaram nele. É uma maneira de dizerem que gostam um dos outros sem gastarem dinheiro, e sem propriamente o dizerem – que isto de dizer aos amigos “gosto de ti” é uma grande pirosice. Mesmo que o destinatário esteja a dormir à hora do “toque” é imperativo que ele saiba que tem um amigo, que se lembrou dele enquanto bebia mais um shot na discoteca, depois de ser assediado por uma miúda.
Quanto aos mais velhos, têm mil e uma razões para dar toques. Aprenderam com os miúdos, e renderam-se à evidência – isto dos toques até é prático e, acima de tudo barato!
“Quando chegares a casa dá um toque” diz o meu pai. “Quando estiveres pronta dá um toque”, dizem os namorados. “Quando acabarem as compras dêem um toque, encontramo-nos no meeting point” dizem os amigos no shopping.
O toque é uma instituição. Portuguesa.
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quarta-feira, setembro 13, 2006

Mudanças

Setembro é sempre um mês de recomeços para mim. Já nao tenho que ir à escola, mas o puto tem, e como tal Setembro cheira, ainda e sempre, a novo. Há os cadernos e outro material para comprar, os livros acabados de sair das impressoras, tudo bem arrumadinho na mochila, a secretária ainda nao é o caos total - a do miúdo claro, que a minha nao conhece fases do ano.
Talvez por isso, aproveitei o retorno de férias e este recomeço para pintar a casa - esta aqui, a virtual - verificar quais os links que ainda fazia sentido ter por aqui, eliminar alguns, e acrescentar outros. E meter todos os meus links no bloglines. Mal eu imaginava como isso se tornaria extremamente prático e como me pouparia tanto tempo. Agora nao tenho que andar constantemente a vigiar os "meus blogues" a ver se houve alteraçoes. Vejo o bloglines duas ou três vezes por dia quando tenho uns minutos livres, e preciso de menos tempo para saber o que se está a passar e onde. Passo menos tempo nos blogues em geral, mas mais tempo útil, a ler os que foram actualizados. Afinal de contas a lista tem mais de 70 blogues... o que vale é que nem todos sao actualizados todos os dias.
Enquanto fazia esta limpeza se fim de Verao, dava-se o aniversário do 11 de setembro de 2001, devidamente relembrado em todos os blogues a sério (para quem ainda nao tinha percebido, este nao é um deles). E através de alguns desses blogues fiquei a saber que ia dar na televisao um documentário de uma teoria da conspiraçao sobre o 11/9. Eu adoro uma boa teoria da conspiraçao. Mas este documentário parece que anda a conspirar contra mim. Da primeira vez que deu, eu nao o apanhei. Da segunda, gravei o programa errado. Como nao há duas sem três, felizmente para mim, o tal documentário vai ser transmitido de quinta para sexta, no canal 2, às 00h00. Vamos lá ver se desta nao me esqueço.
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terça-feira, setembro 12, 2006

Mensagens de amor

A S enganou o T. Eu não conheço nenhum deles, e até acredito que a S nem se chame S, mas de certeza que ela enganou o T. E, perguntam vocês, como é que eu sei isto tudo, se nunca vi nenhuma destas duas personagens mais gorda na minha vida? Passo a explicar.
O T anda-me a mandar SMSs a toda a hora. Ao contrário de certas e determinadas pessoas, que se esquecem do telemóvel em casa ou no trabalho, ou que se esquecem do telemóvel no casaco e vão dar uma volta, ou que deixam invariavelmente acabar a bateria sem nunca se lembrar de carregar o bendito telemóvel, o T e o seu telemóvel são amigos inseparáveis. Não que eu conheça nenhum deles. Mas sei. O T manda-me SMSs a toda a hora. A todas as horas, melhor dizendo. Aliás, a todos os minutos. Manda-me dez mensagens numa hora, se estiver para aí virado. Mesmo que sejam 4 da manha. O que vale é que eu, ao contrário de certas e determinadas pessoas nunca durmo com o meu telemóvel no quarto. E nem que dormisse, não era um mísero telemóvel que me ia acordar. Afinal, eu até com pessoas a martelar a um metro da minha cabeceira consigo continuar a dormir. Desde que não me martelem a cabeça, está tudo bem.
As mensagens do T vêm cheias de flores e coraçõezinhos. Ele diz que me ama, que me adora, que faz tudo por mim. Manda-me beijos fofos no final de todas as mensagens. Faz-me rir, e ao mesmo tempo, ter pena dele. É que eu não conheço o T nem a S, mas tenho a certeza que ela é uma malandra. Só pode. Então já se viu dar o número de telefone errado ao rapaz? Nada que eu nunca tenha feito, claro, o que me leva a pensar que o T talvez não seja o gajo mais giro do mundo. Mas também não deve ser flor que se cheire, apesar das mensagens românticas. O T deve-a ter arranjado bonita. Algumas das mensagens pediam-me perdão, juravam amor eterno, e mandavam, mais uma vez, os tais beijos fofos. Eu devia ter sido mazinha, e respondido que, se está realmente disposto a fazer tudo por mim como promete nas suas mensagens, então que comece por escrever português sem erros. Já era um bom princípio. É para gajo que dá erros de português, já estou servida (e muito bem!). Mas não tive coragem, o rapaz pareceu-me tão desesperado que eu finalmente reagi. Mandei-lhe uma resposta por SMS, dizendo que estava a escrever à pessoa errada e para o número de telemóvel errado. Mas o T é superior a estas coisas, e não desistiu.
Volta e meia manda-me mensagens a perguntar onde estou, ou a pedir-me para ir ter com ele. Os pontos de encontro que ele me arranja são sempre sítios super românticos: à beira-rio, nos carrinhos de choque, na casa da avó dele… estão a ver o estilo.
Com um apaixonado tão persistente, eu já nem tenho bem a certeza se não me chamo S.
T, só não te perdoo que é para não deixares de me mandar mensagens.
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segunda-feira, setembro 11, 2006

1 abóbora

1 abóbora comprada à beira da estrada (self-service, nao vigiado, com um placard que dizia "uma abóbora comprada sabe melhor") transformou-se em: 1 sopa deliciosa, uma tentativa de fazer doce de abóbora que se tornou em algo parecido com rebuçado de abóbora (nada mau!), e ainda um delicioso bolo de abóbora. E ainda fiquei com 1/3 da abóbora...
Tudo isto porque hoje quando fui ao supermercado estava uma cliente a discutir com a caixa quais as utilizaçoes da abóbora. A caixa, que já nao vai para nova, só conhecia a sopa, quanto ao doce ou bolo de abóbora eram para ela totalmente desconhecidos... No meio da conversa ainda apanhei uma receita de legumes dentro da abóbora (?) que nao percebi muito bem... mas nao faz mal, os meus legumes fazem companhia à abóbora na sopa! :) Resumindo, esta noite foi muito cor de laranja!

(e o Bertolt Brecht ainda pacientemente à minha espera...)
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domingo, setembro 10, 2006

Surpresa!!!

Este era um dos motivos pelos quais nao comecei logo a escrever mal voltei de férias. Estava cheia de vontade de mudar de casa, ou pelo menos de a renovar. Depois de mais trabalho do que o que isto vale, lá consegui pôr tudo mais ou menos como eu queria. Pelo menos parece-me que está bem! Se por acaso a experiência correu mal, ainda tenho ali o template antigo guardado...
Que tal a remodelaçao?
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Partidas

Tive uma infância feliz. Adorei crescer com as minhas manas, andar à solta pela minha rua, jogar à bola com os rapazes (e algumas miúdas que também tinham tomates), partilhar os meus amigos e as amigas das manas, correr atrás das galinhas e dos patos, brincar com pintainhos na feira, apanhar passarinhos caídos do ninho na primavera e praticamente matá-los (sem querer claro, eu estava era a tentar ensiná-los a voar), patinar no gelo no primeiro andar de uma construçao abandonada no caminho para a escola, usar galochas e andar em poças de água gigantes, subir às árvores, roubar fruta do quintal dos vizinhos, apanhar amoras das silvas no verao, inventar jogos (por exemplo: futebol de bicicleta), discutir os desenhos animados com os miúdos da minha rua, fazer carrinhos de rolamentos, fazer uma fisga e respectivos grampos a partir de cabos eléctricos, fazer "bombas" com centenas de fósforos (nao sei como é que a minha mae nunca deu pela falta dos fósforos), comer os rebuçados todos que havia no armário e deitar as culpas no meu pai (que se ria quando ouvia a acusaçao, o que na minha família significa admissao de culpa), fazer guerras com água na varanda ou na cozinha e depois fazer de conta que tínhamos passado a manha a limpar o chao, e até fazer guerras com os morangos que o meu pai tinha acabado de trazer. Estas memórias, e muitas outras, ainda hoje me fazem sorrir e agradecer a sorte que tive (e ainda tenho) na vida. E ao mesmo tempo fazem-me pensar nos miúdos de hoje, e nas possibilidades que eles têm de se divertir. Hoje em dia é impensável deixar os miúdos à solta na vizinhança de prédios em construçao (eu subi os meus primeiros andaimes aos 7 anos, mas se o meu puto andasse a fazer o mesmo dava-me uma coisa), e mesmo deixá-los ir sozinhos para a escola já é uma grande coisa. Deixá-los em casa sozinhos é coisa que nao passa pela cabeça de ninguém (ou só de alguns inconscientes ;)) e só pensar em deixá-los andar de bicileta por aí, sem vigilância nenhuma, dá dores de cabeça a alguns pais. Pessoalmente tenho imensas precauçoes com o miúdo, mas acabo por ceder em algumas coisas, desde que ele mostre ser responsável e respeite as regras, como a hora de chegar, ou ir apenas onde diz que vai (até ao parque que fica a uns 50 metros de casa) e ficar sempre com os amigos com quem foi. Ainda assim, confesso que eu, com a idade dele, tinha muito mais liberdade. Podia andar na rua até às tantas no verao, e a única regra era que tinha que voltar para casa imediatamente quando o meu pai chamasse. E mesmo quando íamos para a terra dos meus avós podíamos andar à solta sem que ninguém se incomodasse com isso. Era assim que todos faziam. E hoje em dia, toda a gente se preocupa, aparentemente, demais. Eu também.
Outra coisa que adorávamos fazer era fazer partidas ao telefone. Escolhíamos um número (local) ao calha, e inventávamos uma história estúpida qualquer. As pessoas podiam cair ou nao, mas o mais importante era a brincadeira, e o mais difícil era nao nos partirmos a rir ao telefone. E às vezes calhava telefonarmos para casa de algum colega da escola, mas nao era isso que nos impedia de continuar a brincadeira. E quando éramos nós as vítimas das chamadas de engraçadinhos, nao tardávamos a virar o bico ao prego e pregar uma partida a quem nos estava a telefonar.
Como é que será que os putos hoje em dia fazem partidas ao telefone? Com os telefones, mesmo os fixos, a indicarem quem é que nos está a telefonar, como é que os putos se safam? Chamadas nao identificadas, talvez? Com a proliferaçao de telemóveis - quase todos os miúdos de 10 anos têm um, e já vi mesmo miúdos de 5 anos com um telefone na mochila - as possibilidades concerteza serao ainda maiores. Consigo imaginar meia dúzia de partidas com telemóveis que têm câmara incorporada. E se eu consigo imaginar meia dúzia de um momento para o outro, os miúdos muito provavelmente conseguem imaginar uma centena delas de um minuto para o outro.
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Tortura

Depois de um Agosto miserável, com chuva e frio que até parecia Outono, Setembro tem, até agora, sido um mês solarento e quente. Eu adoro o sol. Basta acordar com sol para ficar imediatamente insuportavelmente bem disposta. Fico tao bem disposta, que qualquer pessoa que nao esteja bem acordada e tenha o azar de passar por mim começa logo a resmungar. Um dos efeitos colaterais desta boa disposiçao é que me costuma dar para cantar. Acordo com uma música qualquer na cabeça e ela sai-me pela boca, a plenos pulmoes.
Hoje é um desses dias em que torturo todos os meus vizinhos. Acordei com o "Little Black Book" na cabeça e nao consigo parar de cantar. Depois de umas dez ou vinte vezes a cantar isto pela casa toda, andei à procura de uma outra música para evitar que os vizinhos me viessem bater à porta. Nao é que eu cante mal - se fosse esse o caso, suponho que os vizinhos chamassem logo a polícia mal eu abrisse a goela - mas repertórios de uma só cançao incomodam qualquer um. Eu que o diga, que volta e meia tenho que aguentar o meu puto a ouvir uma única música em altos berros durante tardes inteiras.
Por mais que dê voltas à cabeça (o que nao é muito fácil de fazer enquanto canto com o volume no máximo) só consigo juntar mais uma música à playlist. "The Power of Love" (tema do filme regresso ao futuro). Por algum motivo nao consigo encontrar ou pensar noutras músicas que se encaixem com estas: cheias de força, mexidas, enérgicas e positivas.
Os meus vizinhos estao lixados. Eu até tenho as janelas fechadas, para variar. Nao sei é se os vidros duplos e as paredes grossas sao suficientes para abafar a minha voz.

[Adenda] Juntei "Manic Monday" à lista.
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Malucos para tudo

Há uns dias, em conversa com um amigo, descobri mais um tipo de malucos*. Aqueles que nunca bebem leite e acham que o leite é a pior coisa que pode fazer parte da alimentaçao. Nao só odeiam leite, como andam em campanha para que outras pessoas deixem de beber leite. E até têm uma página na net, se bem que isso nem é assim tao especial, hoje em dia toda a gente tem pelo menos uma página web.
O site tem argumentos extraordinários contra o leite. Por exemplo, rebelam-se contra a recomendaçao que é dada às pessoas de beberem 3 copos de leite por dia. E afirmam que 3 copos de leite meio gordo por dia contém o enormíssimo número de 300 calorias por dia. 300 calorias de leite é um problema para os americanos que estao uns quilos acima do seu peso ideal. O leite é um problema enorme, mas um Big Mac, sem batatas e sem bebida grande ou pequena, contém a minúscula quantidade de 492 calorias... nada com que os americanos se devam preocupar. Quanto ao facto (esta nao sei se é ou nao verdade) de o leite provocar gases, talvez este seja um bom motivo para nao beber leite. Mas se acham que o leite provoca gases, que é que pensarao dos feijoes?

Eu adoro leite, desde que acompanhado por alguma coisa. Café chocolate, fruta e açúcar, por exemplo. Nao só já bebi o meu café com leite hoje, como ainda fiz um gelado de melao (200gr de açúcar, 250ml de leite, e melao que faça chegar o medidor aos 700ml, desfazer com a varinha mágina, meter na máquina de fazer gelados durante 25 minutos e depois meter no congelador). E só me levantei há uma hora... :) Prevejo durante o dia ainda atacar mais um ou dois copos de leite, um ou dois iogurtes, e talvez ainda marche pao com queijo. Dos derivados do leite, acho que só odeio natas.

Estes fundamentalistas anti-leite nao podem ser portugueses. Eles argumentam que as vacas coitadas sao mantidas em espaços muito pequenos e sao fortememente medicadas com antibióticos e outros fármacos que fazem com que uma vaca dê 10 vezes mais leite do que antigamente. Com toda a certeza nao conhecem as vacas alentejanas. Algumas nao só se passeiam por belas pastagens como ainda têm vista para o mar. Estas férias fiquei espantada a olhar para estas vacas que têm uma qualidade de vida que qualquer outra vaca muito provavelmente inveja. E confesso que, de cada vez que passava por elas, me dava a fome. E nao era no leite que eu pensava.

(*malucos talvez nao, mas muito normais também nao podem ser...)
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quinta-feira, setembro 07, 2006

Felizes para sempre

Quando era miúda lia imensos livros. Tudo o que vinha à rede era peixe, e eu lia os livros que os meus pais me compravam, os que os meus amigos me emprestavam, os da biblioteca da escola, e os da biblioteca municipal. Conhecia a secção infantil-juvenil da biblioteca de cor, e saltava de alegria nos raros dias em que a biblioteca recebia livros novos. Passava manhãs e tardes enfiada na biblioteca, a ler livros e a dar com a bibliotecária em doida pois eu escolhia sempre as histórias mais engraçadas e não tinha problemas nenhuns em rir alto no meio do silêncio sepulcral da biblioteca. Depois de cada visita, ainda levava o máximo permitido de 5 livros para casa, para ler logo que não tivesse outras coisas para fazer. Obviamente, naquele tempo não havia computador, nem consolas de jogos, pelo que o tempo chegava e sobrava para brincar na rua, esfolar os joelhos, brincar com fisgas e carrinhos de rolamentos, ver televisão à fartazana e ler todos os livros que havia na biblioteca.
Hoje em dia volto à infância diariamente através do meu miúdo. Vemos televisão juntos, jogamos consola um contra o outro, fazemos jogos juntos, montamos legos, e leio-lhe histórias. (Re)encontro os livros da minha infância, compro-lhe livros que ele lê sozinho mas que eu também leio (“a aventura no game boy” por exemplo), aproveito os livros que a professora lhe manda para lermos os dois antes de ele ir dormir. E concluo que, passados estes anos todos, já não gosto de histórias que acabam com “casaram, tiveram muitos filhinhos, e foram felizes para sempre”. Se é que alguma vez gostei. Este é o final que toda a gente está à espera, o final pré-definido, o final que não dá pica nenhuma, que não se sabe se é politicamente correcto - e será politicamente correcto porque é o final que sempre foi utilizado - ou se é o final politicamente incorrecto - porque afinal está-se a estereotipar as criancinhas incutindo-lhes a ideia de que só se pode ser feliz para sempre se se casar e tiver muitos filhinhos. Quando o miúdo ainda não sabia ler, eu inventava sempre as histórias. Dizia-lhe que a princesa ia matar o dragão para salvar o príncipe que estava amordaçado numa torre muito alta, mas que conseguia sobreviver sem comer nem beber nem ir à casa de banho porque lhe tinham dado uma poção mágica muito potente, e no final a princesa pura e simplesmente salvava o príncipe e ele ficava muito contente. Ou que uns cavaleiros muito valentes desafiavam o rei que nunca oferecia a mão da princesa porque não se pode oferecer aquilo que não é nosso, mas sim riquezas variadas: não o sempiterno ouro, mas outras coisas bem mais valiosas, jogos de computador, playstations, parques de diversões com acesso ilimitado e escorregas gigantes. Agora que o miúdo já lê, não posso inventar a história. Se estamos a ler, é para ler o que lá estar como deve ser, sob pena de o senhor professor meu filho me repreender por estar a inventar o que não está escrito. (Onde é que vais? Tu estás a ler tudo mal, volta ali àquela página!) Hoje em dia, já não me divirto com os clássicos infantis (as histórias dos irmãos Grimm, as fábulas de La Fontaine, e outros), tenho que procurar novas histórias para contar. Quando abro um livro desconhecido procuro logo o fim. Se tiver as palavras mágicas (“casaram, tiveram muitos filhinhos e foram felizes para sempre”) não compro. Não quero estar a enganar o miúdo.
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O tempo que falta

Desde que cheguei à idade adulta, com um trabalho, um puto, uma casa minha (enquanto pagar o aluguer, como diz a minha mãe), e uma vida que eu decido como é que é, que nunca tenho tempo para nada. Ou melhor, não tenho tempo para tudo, porque para nada vou arranjando. As minhas listas de afazeres são sempre perturbadas por coisas mais urgentes que enviam outras coisas possivelmente importantes para o fudo da lista. Entre as tais "urgências" contam-se sonecas ao fim da tarde, ou ao princípio da manhã se for fim de semana, que eu sou daquelas pessoas que se levanta para tomar o pequeno-almoço mas que depois disso continua o sono no sofá, com a televisão a embalar-me. Depois há outras coisas nada urgentes mas que simplesmente apetecem mais: tentar acabar aquele jogo que já tenho há mais de um ano, ver mais um episódio de uma série qualquer, ler blogues como se não houvesse amanhã.
Há afazeres com datas limite a que não há como escapar - pagar as contas, inscrever o miúdo nas actividades que ele gosta, comprar os livros e material escolar, pagar outras contas. Esses são os que nunca me esqueço, mesmo que tenha que me mandar vários emails para me relembrar.
E depois há aqueles afazeres do tipo "coisas que eu sempre quis fazer mas que por serem uma seca ou porque simplesmente não me apetece fazê-las durante a maior parte do tempo nunca irão sair desta lista". Coisas do género arrumar a tralha que já não serve para nada, deitar fora os brinquedos partidos/incompletos (para que é que serve um puzzle de 600 peças ao qual faltam 5 peças?), livrar-me da roupa que ficou demasiado pequena ao miúdo, ou ler um dos 324 livros que comprei nos últimos dois anos ou que me emprestaram e que nunca mais devolvi - o que me vale é que os meus amigos não se zangam comigo nem ficam de trombas por eu não lhes devolver mais rapidamente as coisas que são deles antes que me esqueça quem é o dono. Passo mais tempo a pensar que quero/devo fazer estas coisas do que realmente a meter as mãos na massa. E quando ponho as mãos à obra e começo uma destas árduas tarefas, há sempre qualquer coisa que me impede de a terminar. Quando afio todos os lápis e verifico quais as canetas e marcadores que ainda escrevem decentemente - tarefa anual realizada normalmente uns dias antes do novo ano escolar - acabo sempre por me perder na cozinha onde vou deitar as aparas dos lápis (no caixote do lixo que lá está, não na cozinha em si). Ou porque me deu a fome, ou porque encontrei outra coisa qualquer fora do lugar, ou porque há uma base de velas a precisar de ser limpa, ou porque o telefone tocou e eu entretanto já nem me lembro do que é que estava a fazer antes. Às vezes, quando isto me acontece, vem-me à mente, qual musa inspiradora, a minha professora primária. Ela também se perdia com os miúdos da minha sala. Começávamos a falar de uma coisa e quando dávamos por ela já tínhamos falado de milhares de coisas diferentes e já ninguém se lembrava do que era o assunto original. Então começávamos em conjunto a pensar "para trás" nas coisas que tínhamos discutido, até nos recordarmos do tema que tinha originado um debate tão grande. Ainda hoje uso este truque, se bem que às vezes não me sirva de nada. O meu cérebro trabalha em alta velocidade, só comparável à velocidade da luz, mas só gosta de andar para a frente... ;)
Mas voltando ao assunto (no computador é muito mais fácil voltar ao assunto, já que está tudo escrito e basta ver acima do que é que se estava a escrever) hoje escrevi mais umas listas de coisas a fazer. As urgentes, as semi-urgentes, e as que estou sempre a adiar.
E neste preciso momento, poderia estar a dar cabo de mais um item desta lista em vez de estar para aqui a escrever inutilidades no blogue. Está decidido. Em vez de perder tempo, vou fazer alguma coisa. Pelo menos até que algo me volte a distrair.
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...

Às vezes não é preciso perguntar, às vezes não é preciso procurar as respostas. Elas vêm ter connosco sem mais nem menos. Por isso, convém estar atent@.
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quarta-feira, setembro 06, 2006

Mais leite e menos cacau

Conversa de café com um amigo que não tem putos (e só digo isto porque possivelmente faz diferença).
- Eu não percebo porque é que cada vez mais vendem chocolates com mais leite e menos cacau. Aquilo é uma treta. Por mais leite que tenha, a quantidade é desprezível.
- É um truque de marketing. Eles querem vender esses produtos às mães.
- Às mães? Então não era para putos?
- Sim, os chocolates são para os putos, mas as mães é que os compram. Para os putos, quanto mais cholocate melhor. Para as mães, quanto menos chocolate, melhor. Por isso dizem que tem mais leite, que é uma coisa boa, e menos chocolate, que não é assim tão bom. As mães compram aquilo para mandarem aos putos de lanche e terem menos trabalho, que a época em que as mães se levantavam 2 horas antes do resto da família para preparar lanches e almoços já acabou há muito, e assim não se sentem culpadas por não mandarem um lanche a sério ao miúdo, que fica todo contente por comer um chocolate em vez de um pão com fiambre, que provavelmente deitaria fora em vez de comer. Toda a gente sai beneficiada, menos o puto que em vez de comer um lanche saudável fica reduzido a hidratos de carbono e gordura, mas ele não conta porque não tem poder de compra e mesmo que tivesse os putos querem é doces.
- hmmmm... sabes que estou a ter um dejá-vu? Nós já tivemos esta conversa. Eu já sabia exactamente o que ias dizer quando começaste a falar. E agora eu ia dizer outra coisa, mas agora não vou dizer nada, só para não repetir exactamente a mesma coisa.
- hmmm... não tivemos nada esta conversa, pelo menos não me lembro...
(doido)
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Sapatos

Há dias em que uma gaja não devia sair de casa. E há dias em que uma gaja não devia sair de casa de saltos altos. Ontem foi um desses dias. Estava sol, quente, um dia daqueles que até parece Verão, e eu tive a ideia peregrina de me passear por aí com os meus sapatos de salto preferidos. Não era a primeira vez que os usava. Mas foi a primeira vez que me aleijaram (e a sério!). O meu dedo pequenino perdeu a pele, e ficou em carne viva, e eu só reparei quando cheguei a casa e tirei os sapatos. Não é que não me tivesse doído durante o dia, mas não me passou pela cabeça que pudesse ser tão mau. Nunca tinha visto um dedo do pé em carne viva, e garanto que não é nada agradável. Até fiquei surpreendida pela cor ser tão clara, às tantas se tivesse ali um bom bife de vaca teria ficado menos admirada.
Depois de ter sofrido horrores durante a tarde e noite - o que me valeu foi o meu amor ter-se voluntariado para as compras urgentes - hoje de manhã ocorreu a tragédia. Tanto que me apetecia usar saltos altos, com o sol maravilhoso que está, mas obviamente que nem sequer tentei. O problema é que mesmo os sapatos, sandálias ou sapatilhas normais me estavam a magoar imenso. O dedo pequenino não estava a gostar nada de se sentir apertado contra um lado do calçado. Felizmente lá encontrei umas sapatilhas vermelhas que me ficam um bocado largas - sapatilhas alemãs, está-se mesmo a ver - e com as quais consigo andar. De qualquer forma, este tipo de acidente devia dar direito a uma gaja ficar em casa. Nem que fosse a fazer teletrabalho. Já me estou a imaginar, numa espreguçadeira ao sol, de portátil ao colo, a trabalhar qual workaholic, com o meu sumo de laranja ao lado... Ai se eu mandasse...
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segunda-feira, setembro 04, 2006

animação

(post escrito com uma banda sonora muito especial. o miúdo, às gargalhadas soltas, como gosto tanto de o ouvir)

Um dvd portátil (Dick Dastardly rules), phones, e aí está a receita para poder trabalhar enquanto o puto se entretém por uma ou duas horas. Entretenimento leve, não violento - afinal não há sangue e nunca ninguém morre, só fazem uns grandes dói-dóis que desaparecem logo na cena seguinte - e com a eterna receita dos desenhos animados de que toda a gente gosta: há os bons (?), os maus (esses é que são os importantes) e uma data de planos que correm sempre, invariavelmente, mal. Há trinta anos, mais coisa menos coisa, os putos deliravam com estes bonecos. E hoje em dia, em que os pais compram os dvds dos desenhos animados das suas infâncias para os filhos, na esperança de que a memória não os desiluda e aquilo não se tenha tornado, com o tempo, numa estopada, ainda há desenhos animados que não desiludem. Não são só as powerpuff girls (também há disso em dvd? ora aí estão mais uns desenhos animados de qualidade - até o puto se apercebeu que as meninas superpoderosas não têm dedos), heroínas da animação num mundo em que não há mulheres suficientes para admirar (valham-nos a todos as nossas mães, avós, tias e irmãs). O universo distorcido da disney - as famílias de tios e sobrinhos, onde os avós podem entrar mas os pais e as mães desapareceram como se o mundo fosse na realidade um grande orfanato - não tem lugar nas preferências do meu pequenote. Eu até gosto dos patos: o forreta, o sortudo, o azarado, e o ainda mais azarado. Não posso com os ratos, e os cães também não me suscitam nenhuma simpatia. Mas todos eles fazem parte do meu imaginário, e da enorme quantidade de histórias aos quadradinhos, que eu coleccionei quando era miúda e que hoje em dia estão guardados numa estante de onde nunca saem. O miúdo quer lá saber da BD. E com a falta de espaço eu debato comigo mesma: vale a pena guardar quilos de revistas que li, com anos e anos em cima, de que ninguém quer saber? Provavelmente não.
E por estes dias de fim de verão, alguns passados a ver a família mais conhecida dos americanos meter-se em sarilhos atrás de sarilhos, deparo-me com uns 20 segundos de itchy & scratchy por episódio, e penso que alguma coisa deve ter corrido bem. Ao menos, os desenhos animados realmente violentos não conseguiram chegar ao meu puto. Sempre haverá porrada, polícias e ladrões, fisgas, pressões de ar, paus, espadas e pistolas de fulminantes. Mas de entre as coisas realmente perigosas, quanto mais tarde ou nunca, melhor. Desenhos animados incluídos.
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Onde é que estão os livros?

Para não variar comprei os livros escolares na net. Desta vez, na hugendubel (que teria ficado com o negócio todo se não lhe faltasse um livro) e na amazon. Um dos livros da hugendubel chegou hoje. O da amazon foi enviado hoje. Os que faltam já foram enviados há mais de uma semana. Passei a manhã a tentar descobrir por onde andam - que comprar duas vezes os mesmos livros é coisa que não me passa pela cabeça, e achei estranhíssimo uma encomenda que normalmente demora um ou dois dias a chegar estar tão atrasada. Ao telefonar para o atendimento ao cliente, fiquei surpreendida com a eficiência com que me solucionaram o problema. Eu já estava à espera que me passassem de uns gajos para outros, quais focas a brincar com uma bola, mas não, foi logo a segunda menina que me conseguiu localizar os livros. Com o bónus de não ter que repetir toda a informação que já tinha dado à primeira menina. Os benditos manuais escolares foram entregues há uma semana aos meus vizinhos, segundo informação dos serviços de entregas dos correios.
O estranho é que estes meus vizinhos quase todas as semanas recebem encomendas quesão para nós, e nunca nos falharam. Normalmente deixam-nas à nossa porta ou nas escadas. Mas desta vez, não sei o que lhes deu, estão a deixar-nos mal. O meu vizinho diz que na semana passada recebeu umas três encomendas, todas para o meu mais que tudo, que deixou à nossa porta. E quando eu começava a desconfiar que realmente a mulher dele deve estar a ficar um bocado esquecida, afinal os senhores já são idosos, tive notícias dos livros. Afinal, tinha sido outra vizinha a receber a encomenda, e deixou-a à porta de outros vizinhos. A minha vizinha achou que se a encomenda estava à porta era porque deveria pertencer àqueles vizinhos, e guardou a encomenda dentro da casa deles... Mais tarde ou mais cedo, alguém haveria de perceber que aquela encomenda estava na casa errada. Com um bocadinho de sorte, seria hoje à noite, quando os vizinhos que estavam de férias e em cuja casa estava a minha encomenda, regressassem. De qualquer forma, estou contente. Já me livrei de ter que tirar fotocópias das primeiras páginas dos livros e ao mesmo tempo passar por mãe incompetente aos olhos da professora do meu filho.
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