segunda-feira, setembro 04, 2006

animação

(post escrito com uma banda sonora muito especial. o miúdo, às gargalhadas soltas, como gosto tanto de o ouvir)

Um dvd portátil (Dick Dastardly rules), phones, e aí está a receita para poder trabalhar enquanto o puto se entretém por uma ou duas horas. Entretenimento leve, não violento - afinal não há sangue e nunca ninguém morre, só fazem uns grandes dói-dóis que desaparecem logo na cena seguinte - e com a eterna receita dos desenhos animados de que toda a gente gosta: há os bons (?), os maus (esses é que são os importantes) e uma data de planos que correm sempre, invariavelmente, mal. Há trinta anos, mais coisa menos coisa, os putos deliravam com estes bonecos. E hoje em dia, em que os pais compram os dvds dos desenhos animados das suas infâncias para os filhos, na esperança de que a memória não os desiluda e aquilo não se tenha tornado, com o tempo, numa estopada, ainda há desenhos animados que não desiludem. Não são só as powerpuff girls (também há disso em dvd? ora aí estão mais uns desenhos animados de qualidade - até o puto se apercebeu que as meninas superpoderosas não têm dedos), heroínas da animação num mundo em que não há mulheres suficientes para admirar (valham-nos a todos as nossas mães, avós, tias e irmãs). O universo distorcido da disney - as famílias de tios e sobrinhos, onde os avós podem entrar mas os pais e as mães desapareceram como se o mundo fosse na realidade um grande orfanato - não tem lugar nas preferências do meu pequenote. Eu até gosto dos patos: o forreta, o sortudo, o azarado, e o ainda mais azarado. Não posso com os ratos, e os cães também não me suscitam nenhuma simpatia. Mas todos eles fazem parte do meu imaginário, e da enorme quantidade de histórias aos quadradinhos, que eu coleccionei quando era miúda e que hoje em dia estão guardados numa estante de onde nunca saem. O miúdo quer lá saber da BD. E com a falta de espaço eu debato comigo mesma: vale a pena guardar quilos de revistas que li, com anos e anos em cima, de que ninguém quer saber? Provavelmente não.
E por estes dias de fim de verão, alguns passados a ver a família mais conhecida dos americanos meter-se em sarilhos atrás de sarilhos, deparo-me com uns 20 segundos de itchy & scratchy por episódio, e penso que alguma coisa deve ter corrido bem. Ao menos, os desenhos animados realmente violentos não conseguiram chegar ao meu puto. Sempre haverá porrada, polícias e ladrões, fisgas, pressões de ar, paus, espadas e pistolas de fulminantes. Mas de entre as coisas realmente perigosas, quanto mais tarde ou nunca, melhor. Desenhos animados incluídos.
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