sexta-feira, novembro 17, 2006

Parasitas

Há uns dias, tive uma surpresa muito desagradável (e isto é um eufemismo). O meu puto chegou a casa a tentar explicar-me que tinha um problema na cabeça. À primeira vista, eu não conseguia descortinar qual era o problema, já que não via curativos, nem sangue, nem nada que parecesse que tinha que ir a correr com ele para o hospital. Perguntei-lhe se era um galo, se alguém lhe tinha batido. E ele, que não, vai buscar o dicionário para me explicar o problema. Não teve que encontrar a palavra. Cheguei-me à beira dele, e ao olhar-lhe para o cabelo percebi o que é que se estava a passar. Ou melhor, a passear. Uns bichinhos pequenos, parecidos com mosquinhas da fruta mas mais pequenos, a passear pela cabeça do meu querido filho, e só me sai um “que nojo” bem alto, e começo logo eu própria a ficar cheinha de comichão. Piolhos. Que nojo. Eu nunca tinha visto os bichinhos ao vivo e a cores (quer dizer, eles eram pretos...), fiquei completamente enojada e meti o puto logo na banheira, juntamente com os piolhos todos, e um bom champô anti-piolhos por cima daquela cabeleira farta. Felizmente estava prevenida com o champô, que comprei quando houve um surto de piolhos lá na escola (embora dessa vez o miúdo não tenha apanhado nada), por isso nem tive que ir às compras nem nada, mal o puto chegou a casa enfiei-o logo na banheira e pronto.
Havia montes daqueles animais naquela cabecinha, como é que ninguém tinha reparado naquilo, quanto tempo será que aqueles parasitas precisaram para crescerem e se multiplicarem daquela maneira?
Apesar de tudo tive sorte em isto ter acontecido num dos dias em que eu estava em casa, assim tive tempo para dar logo cabo daquele viveiro horroroso, passar uma hora a lavar a cabeça ao puto e a penteá-lo com um daqueles pentes com um espaçamento entre os dentes bem pequenino, enquanto ia mostrando os bichos ao miúdo e dizendo “que nojo” de vez em quando, pois estava toda arrepiada e incomodada com a situação. Enquanto isso equacionava a razoabilidade de lhe cortar o cabelo bem rente, para acabar com aquela praga, mas a verdade é que com o Inverno à porta, achei melhor tentar outros métodos e só optar por essa solução radical se for mesmo necessário. Passei a tarde a lavar a roupa toda dele (e da cama dele) a 60 graus, e a verificar se ainda havia alguma coisa naquela cabeça.
Entretanto, mesmo com aquele sururu todo, o miúdo não ficou lá muito incomodado, e só lhe dava para fazer perguntas difíceis, como de onde vêm os piolhos (os que vivem nas cabeças das pessoas só sobrevivem mesmo nas cabeças humanas, sobrevivendo à base de células do couro cabeludo e cabelo) e a partir de onde é que veio o primeiro piolho, se os piolhos só vivem nas cabeças das pessoas (mas eu sei lá!!! a esta nem a wikipedia respondeu). A melhor coisa dos piolhos foi aproveitarmos para conversar, e claro que tomar conta do miúdo como se ele fosse um bebé também teve a sua piada. Afinal, já há muito tempo que ele não só não me deixa dar-lhe banho, como se recusa a mudar de roupa à minha frente. E agora que os bichos já estão todos mortos - falta saber se há ovos, mas de qualquer maneira a segunda aplicação do champô deve dar cabo de qualquer resquício que tenha sobrevivido - estou como os macacos, e passo horas de manhã, à tarde e à noite, a inspeccionar o cabelo do miúdo à cata de bicharada.
Ainda assim, se pudesse tinha trocado com alguém para acabar com aquilo por mim, meteu-me cá uma impressão. Só de ver os bichinhos, comecei logo a ficar cheia de comichão (é psicológico), aliás, só de pensar nisso começo logo a coçar-me toda. Claro que verifiquei se eu também tinha alguma coisa, mas não encontrei nada, pelo menos para já. Ainda assim, para prevenir, também ando a lavar a minha cabeça com o champô mal cheiroso que dá cabo dos piolhos e lêndeas. As coisas que uma mãe passa. Na sala do meu miúdo havia mais 5 miúdos infestados... que horror... Só espero que isto nunca mais volte a acontecer.
6 comentário(s)

6 Comentário(s):

Coitadinhaaaa! Que nojooo! Estava a ler isto e eu própria já estava com umas certas comichões!! Blarrrghhhhh!!!

By Blogger apipocamaisdoce, at 3:08 da tarde  

Ai que nojo! Ainda bem que só tens um, imagina quando tens vários filhos, provavelmente todos apanham ao mesmo tempo. Como é que isso foi acontecer?

By Blogger LiLith, at 9:49 da tarde  

Ah, vocês compreendem-me! :)
BL: provavelmente como tu dizes... não passou de um filho meu para outro, mas passou de um filho de alguém para ele... e possivelmente passou do meu filho para outros filhos de outras pessoas... :) Só espero que todas as outras mães tenham feito o tratamento para que mais nenhum filho apanhe piolhos.

By Blogger snowgaze, at 11:10 da tarde  

AHHHHHH agh... Obrigado Snow por tornares o meu dia mais....comichoso!

By Blogger Cromossoma X, at 1:58 da tarde  

Ora,ora, tanta coisa por uns piolhitos.
Se fossem por exemplo, elefantes...
Agora piolhos!

Não dramatizes tanto, senão a criança ainda apanha algum trauma.

By Blogger Eduardo, at 12:59 da manhã  

Realmente, se fossem elefantes, é que era mau. Tenho que contar essa ao puto, vai-se partir a rir :)

By Blogger snowgaze, at 11:16 da manhã  

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