terça-feira, outubro 24, 2006

O bom e o mau

Aquele que engana, mente, distorce, inventa, ilude, trapaceia, não tem vergonha daquilo que é. O charlatão não se esconde nas sombras com medo que lhe digam que não merece a vida que tem, o vigarista não tem medo que lhe atirem pedras como vingança pelas aldrabices e trapaças que sistematicamente vai espalhando. Muitas vezes, é às claras que prepara mais uma trafulhice, um esquema, uma golpada.
Aquele que trabalha honestamente, que aceita o que lhe dão e vai vivendo sem protestar, sem causar alaridos, e sem se queixar do pouco que lhe cabe, de que é que tem vergonha? Porque é que se encolhe, como se não merecesse a vida que lhe calhou, como se ludibriasse os outros para viver, como se a mentira e a sacanagem fossem parte daquilo que ele é? Porque é que tem vergonha de ser bom, e medo que o reconheçam? Porque é que não se acha merecedor? Porque é que se vê como uma coisa a espezinhar, em vez de uma pessoa digna?
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