sexta-feira, outubro 14, 2005

As eleiçoes autárquicas
ou como descobrir que pertencemos/já nao pertencemos a um lugar

Quando fiz 18 anos, fui à junta de frequesia, cheia de orgulho, inscrever-me nos cadernos eleitorais. Sentia-me crescida, ao finalmente ter aquele direito que me transformava em alguém que contava.
Poucas vezes exerci o meu direito de voto. Nao por nao querer, mas pelas voltas da vida, por muito que me custasse (e às vezes custou) ver os outros decidir por mim. Eu acredito que é melhor votar do que ficar em casa. Mesmo que seja para votar em branco, ou para anular o voto.
Indo para a universidade, ou seja, para longe do local onde me tinha recenseado, nao facilitou as coisas. Para votar, era necessário que a minha vida me permitisse ausentar-me do local onde morava num fim de semana em que houvesse eleiçoes. Às vezes as eleiçoes calhavam em alturas em que eu me podia deslocar. Outras vezes, nao.
Durante anos em que morei no Porto, achava que aquela câmara municipal nao me dizia nada. Que nao era nada comigo. E só passado muito tempo é que finalmente mudei o cartao de eleitora, e passei a exercer o meu dever cívico na cidade onde morava.
Hoje dou comigo recenseada numa cidade portuguesa, onde nunca vou votar porque ninguém me paga o vôo (link). E, de repente, percebo que as eleiçoes locais têm um significado ainda mais importante do que escolher o presidente da câmara. Quando finalmente escolhemos mudar o nosso local de voto para o local onde nao nascemos (ou crescemos, o que vai dar ao mesmo), é porque, finalmente, nos identificamos com o local onde vivemos, é quando esse local passa também a fazer parte de nós, e nós dele.
Bottomline... já faltou mais para me recensear em Munique. Como emigrante nao posso votar nas eleiçoes nacionais alemas, mas posso escolher o presidente da Câmara. E provavelmente irei fazê-lo, nas próximas autárquias alemas. Também quero contar.
6 comentário(s)

6 Comentário(s):

so te queria dizer que acabei de te fazer chegar as 15, 000 visitas!
Com tres entradas e tres saídas!
Lindo, nao? ;)

By Blogger Mãe Minhoca, at 1:23 da tarde  

O que tu queres sei eu... é um chupa chups! ;)

By Blogger snowgaze, at 2:36 da tarde  

60% dos portugueses votaram...
Só que não entendem que se pararem de votar, isto deixa de ser uma democracia

By Blogger Daniel Malafaia, at 7:01 da tarde  

E naturalização, não?

Beijitos da Zona Franca

By Blogger Freddy, at 1:53 da tarde  

freddy: isso já me parece um exagero...

By Blogger snowgaze, at 2:19 da tarde  

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