23% é muita gente. É quase 1 em cada 4. Eu acho giro. Ando na rua e ouço falar línguas que nao conheço. Ou que conheço, como o espanhol, italiano, francês, inglês ou português. E quando ando às compras, principalmente em lojas de roupa como a Mango ou a Benetton, volta e meia acabo a entender-me com as empregadas em portunhol. Ou português. Há imensas sul americanas por cá. E costumam ser umas queridas, porque ao contrário dos "nuestros hermanos", elas esforçam-se para me entender, sem que eu tenha que
Depois há as coisas estranhas: as mulheres tapadas com uns lençóis pretos (ok, eu sei, nao sao nada lençóis) da cabeça até aos pés, das quais só se vêem os olhos. E aquelas, vestidas da mesma forma, que andam com um metal na cara que quase parece um açaime para a zona do nariz e olhos. Isso ainda acho muito esquisito. Há quem me diga que é bom, essas mulheres andarem pela rua, dizem que antigamente nem assim tapadas nem de outra forma, essas mulheres ficavam em casa prisioneiras e nunca saíam.
E também há muitas mulheres muçulmanas que se tapam muito, mas ainda deixam a cara à mostra, tapando o cabelo todo, ou quase todo. Às vezes acho-lhes graça, por exemplo quando ando a ver lojas de roupa, e as vejo comprar o mesmo que eu. No inverno , o lenço chama-me a atençao por parecer ser uma boa protecçao contra o frio. E gosto das cores dos lenços. As miúdas mais novas às vezes prendem-nos aos cabelos com uns ganchos às cores.
E há as russas. Reparo naquelas mais produzidas, mulheres novas mas com maquilhagem que nunca mais acaba, extremamente exagerada. Outras, mais raras, parecem ter acabado de sair de um anúncio.
E há bebés. Muitos bebés. Talvez nao sejam tantos quantos o que se apregoa como "necessário", mas vêem-se imensas maes com miúdos pelas maos. Ou pelos carrinhos de bebé, mesmo quando o "puto" já tem mais que idade para usar as pernas. Aos dois e três miúdos por mae, possivelmente para compensar tantas outras que acham que nao podem ter filhos e ao mesmo tempo trabalhar e que por isso se ficam pelos escritórios e esquecem as fraldas. Há muitas maes quarentonas, ou quase.
E há homens de todos os feitios. Acastanhados, indianos, turcos, russos com bigodes farfalhudos. Bávaros de nascença ou de Oktoberfest, que gostam de usar as suas Lederhosen e os chapéus de caça com um penacho. Homens que gostam de andar com os miúdos às cavalitas, e homens que se sentam à mesa do restaurante sem ligarem pevide à família, enquanto a mulher dá de comer aos três filhos. Homens que trabalham nas obras e nao mandam bocas às mulheres que passam. Homens que se sentem orgulhosos por trabalharem e ganharem o suficiente para as mulheres ficarem em casa com a prole. Homens que ficam em casa com a prole enquanto as mulheres vao ganhar o sustento da família. Italianos que têm restaurantes, africanos de países de expressao francesa, de cor escura e sorriso aberto. Homens loiros de olhos azuis. Homens morenos de olhos azuis. Homens morenos de olhos castanhos. Homens de pele muito branca, mas pêlos e cabelos e olhos escuros. Homens de camisas amarelas, que escolhem viver com homens, e que discutem sonoramente na rua. Homens que passeiam os caes. Homens que se passeiam em descapotáveis, mesmo que só estejam 14 graus e prestes a chover. Carecas em descapotáveis. E mulheres em descapotáveis. E mulheres ao volante de "grandes bombas".
Rastas que brincam com fogo e têm consigo o sempiterno cao. Miúdos, adolescentes, jovens por todo o lado. E turistas de câmaras em punho também. Turistas japoneses, americanos, franceses, espanhóis, portugueses, italianos. E para os entreter, uma catrefada de artistas de rua vindos dos quatro cantos do mundo e com certificado de qualidade da câmara municipal.
É assim que eu vejo Munique. Uma grande mistura de gente de todo o género e feitio. E isto sem dizer o que se passa ou onde, e em que sítios se passa o quê ou quem frequenta cada local. Essa parte fica para outro post. 7 comentário(s)