quinta-feira, junho 23, 2005

As contas públicas...

...e os professores.
Parece que os professores andam chateados com o governo, até fazem/fizeram greve e tudo. Eu até compreendo. Os professores sofrem, anos após ano, por nunca saberem onde irão trabalhar, por não terem condições para fazerem um bom trabalho, porque os alunos são maus e não os respeitam, porque são mal pagos, porque ninguém lhes dá o devido valor, porque as colocações no ano passado foram a palhaçada que foram.
É verdade que há professores e professores. Professores bons há muitos, professores muito bons, há poucos, professores muito maus, também há muito poucos. Há aqueles que estão sempre disponíveis, e os que estão sempre indisponíveis. Aqueles que dão boas aulas, e aqueles que não sabem dar aulas. Os que sabem motivar, e os que nem sequer estão motivados. Há de tudo.
Há por aí gente que se queixa que os professores, principalmente no ensino secundário, não dão aulas em condições, mas que depois dão explicações. Não sabem ensinar os seus alunos, mas na sua própria casa já têm tudo o que é necessário para que aqueles que podem pagar a peso de ouro, aprendam fora da escola aquilo que deviam ter aprendido durante as aulas.
A minha pergunta é quantos (eu sei que não são todos) destes professores passam recibos das explicações que dão? Todos os "explicadores" que conheci na minha vida de estudante, davam explicações na casa deles e recibo era palavra que não constava dos dicionários deles. Não seria mais fácil/melhor/mais produtivo/mais justo obrigar esta gente a pagar os impostos que deve, do que pura e simplesmente congelar-lhes os salários e as progressões nas carreiras? É que pelas minhas contas, e dos que conheço, eles ganham bem mais em explicações do que a dar aulas. E sem pagar os impostos que contribuiriam para que as suas carreiras não tivessem de ser congeladas.
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