terça-feira, maio 31, 2005

o NON, mais uma vez

Há quase 20 anos que Portugal está na CEE, agora UE. Nesses 20 anos, houve muitas coisas boas. Mas nos últimos tempos, as condiçoes têm-se vindo a degradar. É o desemprego, sao os fundos que se vao, sao os políticos corruptos, sao as culpas da UE quando as coisas no país vao mal, é o alargamento a países muito mais pobres, feito à velocidade da luz, é o novo alargamento para muito breve, demasiadamente breve. Nunca fomos tidos nem achados. Nunca ninguém quis saber se os europeus concordavam com esta ideia de Europa, a juntar-se à velocidade da luz, ricos com pobres, pobres com paupérrimos, cada vez mais a nivelar-se por baixo. Quando nos juntámos ao clube, o objectivo era que todos passássemos a ser como os ricos - ou nao era? - agora, parece que o objectivo é que todos passemos a ser como os pobres, ou os paupérrimos. Há autoestradas, há o euro, há a livre circulaçao, mas os impostos continuam a ser diferentes e os salários continuam a ser diferentes. Aqueles em quem votamos nao sao aqueles que decidem.
E finalmente, quando nos dao uma hipótese de escolher, encostam-nos à parede. Porque temos de ser a favor. Porque já recebemos tanto, é a hora de outros receberem. Porque nao podemos ser egoístas. Porque os seres magnânimos que decidiram oferecer-nos a oportunidade única de nos pronunciarmos sabem melhor do que todos nós, o que é melhor para nós.
É por isso que estou pelo nao. É a única oportunidade de exprimir o meu sim à Uniao Europeia, mas o nao à maneira como tem vindo a evoluir. E o nao à maneira como parece que querem que evolua. Nao é que esteja contra a entrada de mais países. Mas nao à velocidade a que foi feita, e que estes políticos querem que continue a ser feita. Nós ainda nao chegámos aos calcanhares dos países ricos. Utopicamente, quando fôssemos ricos, faria sentido alargar a UE para ajudar os outros a ficarem ricos também. Mas enquanto a bitola estiver por baixo, nao me parece. Ainda estou a ouvir o senhor da Philips, a tentar recrutar engenheiros em Portugal, ameaçando-os que na Polónia um engenheiro custava 35 contos por mês. Por este andar, daqui a nada estamos todos a ganhar 35 contos por mês. Ou menos.
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