Quando tinha aulas, o relógio era um instrumento indispensável. Era importantíssimo saber quantos minutos faltavam para o fim da aula. Houve uns tempos em que o meu relógio ficou sem pilha, e enquanto nao a substituí (o que levou imenso tempo), especializei-me em ver as horas nos relógios dos outros. Ora no relógio do colega do lado, ora nos parquímetros, ora, em situçao de desespero, no relógio de automóveis estacionados. Imagino que algumas pessoas olhassem para mim com ar desconfiado quando eu tentava espreitar para o interior de um automóvel, sem saber que os meus motivos eram perfeitamente inocentes.
Há uns anos, só me podia dar ao luxo de nao usar relógio no verao. Deve ser por isso que gosto tanto de andar sem ele. Mas - e agora a contradiçao - adoro relógios. Gosto de relógios de todas as cores e feitios: transparentes, brancos, vermelhos, amarelos, cor de laranja, cor de rosa, azuis, pretos, com flores, com animais, ou com desenhos coloridos. Gosto de relógios de mergulhador, muito grossos, gosto de relógios com braceletes muito fininhas, gosto de relógios com ponteiros e sem ponteiros, com números e sem números. Por isso, cada vez que encontro uma pechincha, custa-me se nao trouxer para casa mais um. E nao trago mesmo, porque a minha parte racional diz-me que eu nao o vou usar, e por isso nada de desperdiçar euros. Mas fico sempre a admirar os relógios nas montras.
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