Teresa de Sousa escreve hoje no público que em Portugal predomina a cultura da desconfiança (link). Esta cultura faz de cada cidadão ou um potencial criminoso ou um indigente mental, traduzindo-se, além do mais, num brutal acréscimo de burocracia e de ineficiência.
Este artigo fez-me lembrar umas peculiaridades daqui.
1. O metro. Por cá, nas entradas para o metro, não há controlo para saber que picou o bilhete ou não. Quem precisa de picar, pica, quem tem passe, segue em frente. Nos autocarros e eléctricos a mesma coisa, e não é preciso mostrar o passe ou o bilhete a ninguém, e algumas das máquinas de "picar o bilhete" até ficam na traseira do autocarro ou eléctrico. No caso do eléctrico, o motorista não pode controlar nem que queira, pois as máquinas estão fora do seu campo de visão.
2. As "máquinas" de venda de jornais. Em muitos locais há umas caixas de venda de jornais, que têm uma tampa para os proteger da chuva. Quem quer o jornal abre a tampa, tira o jornal, põe as moedas uma ranhura, e fecha a tampa. Não, não me enganei na ordem. Quem não quiser pagar, pode tirar o jornal na mesma, uma vez que não há nenhum mecanismo de "segurança" que impeça as pessoas de o fazer. (Nota: nem todas as caixas de venda de jornais são assim. Mas muitas são.)
3. Nos arredores da cidade, onde há campos, na primavera, verão e início do outono, ocorre um fenómeno estranho. À beira da estrada vêem-se sinais que indicam a venda de flores/frutas/abóboras, em regime de self-service. Quer estiver interessado, pára o carro/bicicleta/patins, dirige-se às flores, corta-as (convém levar uma faca ou tesoura, mas às vezes está uma disponível), e finalmente, dirige-se a uma caixa onde paga. O preço está indicado numa placa. O que é estranho é que não há ninguém a controlar!
Será que por aqui as pessoas são muito mais honestas do que em Portugal? Não sei se assim será, mas com certeza que há sempre prevaricadores... O que acontece é que provavelmente fica mais barato confiar que a maioria das pessoas será honesta, do que estar a pagar a alguém para fazer de polícia.
E por falar em controlo: nos transportes públicos aparecem de vez em quando uns "picas" a confirmar se o pessoal tem bilhete. Para quem não tem, a multa é de 40€, o que nem é muito já que o meu bilhete mensal custa 52€. Têm uns avisos dentro dos transportes públicos sobre a multa, com o slogan "bei schwarzfahren sehen wir rot"(?) ou seja, "quando alguém viaja sem pagar (preto) ficamos vermelhos de raiva". No entanto, já não vejo um destes senhores desde antes de Novembro...
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