terça-feira, abril 20, 2004

A qualidade de serviço

Hoje peguei na revista Grande Reportagem, que vinha com o DN de sábado. José Manuel Barata-Feyo escreve uma página sobre "a grande limpeza" das cidades em preparação para o Euro 2004. A certa altura, queixa-se por, em Portugal, "sermos desagradavelmente atendidos nos guiches dos serviços e dos transportes públicos, nas caixas dos supermercados e, pior ainda, na perspectiva do turista, nos restaurantes, nos cafés e nas lojas onde os propietários e os respectivos empregados tratam o cliente abaixo de cão, fazendo-lhe o favor de receber o seu dinheiro a troco de um serviço de má qualidade, prestado de trombas, mais adequado à impertinência de um pedinte no sinal vermelho do que a quem vive do comércio e do lucro que lhe deixam os clientes".
Isto deixa-me a pensar... Se bem me lembro, em Portugal, quando se vai a uma sapataria (só para dar um exemplo), há uma/um funcionária/o que vem atender a/o cliente, pergunta-lhe o que deseja, qual é o número, vai buscar os sapatos e normalmente ainda se dá ao trabalho de procurar outros sapatos que estejam dentro dos parâmetros definidos pela/o cliente. De todas as vezes que fui a uma sapataria portuguesa "tradicional" foi assim que fui atendida. Noutros países, este tipo de serviço nem sempre existe. Certas sapatarias caras têm funcionárias/os que supostamente estão lá para servir as/os clientes, mas que na verdade fazem o seu trabalho com muito má cara, respondem torto às/aos clientes, e se recusam a fazer o serviço de forma profissional. Pelo menos nas lojas portuguesas, tenho a certeza que os turistas não se sentirão pior do que nas lojas dos países de onde vêm.
Nos restaurantes em Portugal (como nos outros países) há de tudo. Desde empregadas/os com sorrisos de orelha a orelha que fazem tudo para agradar à/ao cliente, mandam umas piadas para animar, e são eficientes, como outras/os que têm todo o tempo do mundo para nos atender ou são carrancudas/os, ou... deviam ter outra profissão, simplesmente. Mas na verdade, na maioria dos restaurantes portugueses, as/os empregadas/os são eficientes, e o serviço é, pelo menos, razoável.Noutros países da Europa, em que um serviço como o proporcionado por um restaurante é bastante caro, a "regra" é exactamente ao contrário: por norma as/os empregadas/os são carrancudas/os e mal encaradas/os, dando a impressão que nos fazem o favor de aceitar o nosso dinheiro em troca de um serviço que podia e devia ser feito de outra maneira. E, com sorte, o único sorriso que alguma vez obteremos destas pessoas será na altura de pagar, na esperança de que a gorjeta seja boa. Não tenho dúvidas que os turistas que virão no Euro 2004 não terão a mínima dificuldade em reconhecer a qualidade dos serviços que lhes serão prestados, bem como a simpatia das pessoas que os atendem. Aliás, os turistas há muitos anos que vêm a Portugal e ficam satisfeitos, não é agora que vem aí o Euro 2004 que vamos acolher turistas pela primeira vez.
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