domingo, julho 31, 2005

Nostalgia?

Isto é lixado... Uma pessoa de férias, apanha um computador com ligação à net, e já não larga o vício... E depois começa a ler uns blogs, e esta gente escreve tanto em 15 dias, como é possível, parto-me aqui toda a rir, e quase que tenho vontade de voltar para casa (bato na madeira três vezes). Este teclado tão estranho, o "y" no lugar do "z", e os acentos, oh, os acentos, que eu nem sei bem onde estão, e já não preciso de truques para fazer o ç, que maravilha. Finalmente estou em casa, onde posso ler o público, falar sem parar, ser interrompida e interromper, deixar uma história a meio para acabar de a contar quando a outra história, aquela da irmã, ou do pai ou da mãe, já acabou. E se calhar a praia nem era assim tão importante, e os centros comerciais abertos até à meia noite não são assim tão especiais, mas estar junto daqueles com quem me posso rir de coisas que mais ninguém entende, isso sim, isso é que era mesmo aquilo que eu realmente sentia saudades.
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sábado, julho 30, 2005

Os coletes reflectores

Os nossos vizinhos espanhóis não nos ficam nada atrás. Coletes nos bancos dos automóveis, traseiros ou dianteiros, sao quase obrigatórios por lá. No sul de Espanha, onde, nas localidades, os motociclistas nem se dão ao trabalho de usar capacete, apanhei um iluminado que se lembrou de usar o colete reflector ao mesmo tempo que conduzia a sua mota.
Segundo a direcçaõ geral de viação, só existe infracção ao código da estrada quando "quem proceder à colocação do triãngulo de pré sinalização de perigo, quem esteja a proceder a reparações no veículo, ou quem esteja a remover carga caída na via, não tenha colocado o colete de pré-sinalização de perigo." Ou seja, os mirones não precisam de usar colete. E o pessoal que pára à beira da estrada para mudar a água às azeitonas também não.

(ainda de férias, mas com computador à mão durante uns dias)
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sexta-feira, julho 15, 2005

De molho...

Este blog vai a banhos. Espera-se que volte retemperado, pronto para mais um ano de trabalho incansável (cof cof).

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quinta-feira, julho 14, 2005

A filha do curandeiro

Lá consegui ler um livro antes de ir de férias. Ora aí está uma coisa que nao é normal. Tive que deixar outro a meio, mas isso nao tem importância, até porque já nao aguentava tanto facto científico e tanta biografia de cientistas. Mas esse tal calhamaço (pois, também tinha que ter a componente kilidade) fica para outra altura.

Este livro conta a história de uma família, focando principalmente 3 mulheres - mae, filha e avó. A história começa na China, país de nascimento da avó e da mae, e acaba de ser contada nos Estados Unidos, onde nasceu e vive a filha. A história da avó - a filha do curandeiro - vai sendo desvendada ao longo do livro. Quebrando todas as regras, a filha do curandeiro trabalhava com o seu pai, médico de ossos, conhecendo todos os segredos do corpo humano. Um pouco mais tarde que as raparigas da sua altura, ela finalmente recebe uma proposta de casamento, de um homem abastado, fabricante de caixoes. Contra a tradiçao, ela escolhe casar com outro, sendo o seu destino marcado por essa decisao. O fabricante de caixoes mata o seu noivo no dia do casamento, e a filha do curandeiro tenta suicidar-se, mas sem sucesso.
E mais nao conto.


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Dúvida

Um besouro conseguiu subir até ao sexto andar. Desde que o vi, deslocou-se meia dúzia de metros. Será que merece viver, pela sua perserverança, ou ponho-lhe o pé em cima e acabo com ele?

(Por via das dúvidas, deixei-o continuar. Nao quis sujar a carpete, nem as sandálias.)
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quarta-feira, julho 13, 2005

Sonnenterrasse



Depois de vários dias cinzentos, o sol lá se decidiu a aparecer. E alemao que se preze tem que laurear a pevide na esplanada mais próxima cada vez que sua excelência, o sol, dá um ar da sua graça. Como se pode ver, nao é só nos Biergartens que eles andam!
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terça-feira, julho 12, 2005

Que relação?

Mais de dois terços dos alunos do nono ano de escolaridade tiveram nota negativa nos exames nacionais. Apesar disso, 74% (mais de dois terços) dos alunos passaram à disciplina.
Apesar de as taxas de aprovação na prova e na disciplina serem distintas, o Ministério da Educação sublinha que "há uma boa correlação entre os resultados obtidos nos exames e as notas dos alunos no 3º período".
Se calhar eu é que sou ignorante. Mas a correlação até é um conceito matemático. (Já o adjecivo "boa", não é.) E é tanto maior quanto mais próximas forem as coisas que se comparam. No entanto, se mais de dois terços dos exames são negativos, e mais de dois terços dos alunos passaram à disciplina, a correlação entre uma coisa e a outra há-de ser bem baixa. Aliás, se o próprio ministério acha que a correlação é boa, o que é que dirão da correlação dos resultados entre o exame de Português (20% de chumbos) e a nota final (10% de chumbos)? Essa deve ser quase perfeita, não?

*correlação: Estat., expressão que liga duas variáveis, calculada numericamente através do cálculo de diversos coeficientes.
coeficiente de -: índice que exprime a variação simultânea de duas variáveis.
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Malucos para tudo

Continua a ser mais provável morrer num acidente de viação, ou de causas naturais do que por causa de um ataque terrorista. O João sugere que se encarem os terroristas como uma "catástrofe natural". A ver aqui.

[Adenda] Ainda sobre o assunto "terrorismo", a Biranta tem um texto interessantíssimo a ler aqui. Em poucas palavras, tanto em Londres a 7 de Julho como a 11 de Setembro nos EUA, estavam a decorrer exercícios de preparação contra ataques terroristas ao mesmo tempo que ocorreram ataques reais, enquanto os meios de defesa estavam em nível de alerta abaixo do normal. Teoria da conspiração ou coincidências a mais?
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Stress pré-férias

Ontem escrevi uma lista de 10 coisas que tenho que fazer antes de ir de férias. Uma já está, as outras continuam na lista. Uma das que ainda está por fazer, está marcada "urgente", não porque seja muito mais urgente que as outras, mas porque é mais complicada de resolver se me esquecer de a fazer antes de ir de férias.
Por mais tempo livre que pareça ter, parece que prefiro sempre fazer outras coisas que não estão na lista. Porque é que prefiro sentar-me a ver televisão em vez de confirmar/imprimir o itinerário e os pontos de paragem possíveis/preferidos?
Entre roupa, toalhas de praia e biquinis, pouco mais deveria ser preciso para planear umas férias, não? Errado. Essas coisas essenciais são a única preocupação quando se fazem umas férias "como deve ser", com tudo planeadíssimo de antecedência. Quando se planeiam as coisas em cima do joelho, quando se espera que a estrada nos diga para onde ir, há mais coisas a não esquecer. E no final, com certeza que haverá alguma coisa que me escapou, e que terá de ser resolvida na hora. São assim as aventuras. Se soubéssemos tudo com meses de antecedência, qual era a piada?
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segunda-feira, julho 11, 2005

Ideia milagrosa

Com tanta falta de água em Portugal e Espanha, e chuva aqui até fartar, tenho uma proposta milagrosa. Podia-se construir um pipeline daqui até Portugal, que em vez de petróleo, levasse água. Assim acabavam-se as inundações por cá (há 3 anos, por esta altura, houve grandes cheias), e resolvia-se a seca na Península Ibéria. E o custo devia ser repartido irmamente, ou financiado pela UE e pronto. É justo, até porque os campos de golfe, utilizados pelos preciosos turistas, ainda não pararam de ser irrigados pela pouquíssima água que ainda há (não só o país está em situação de seca, como as reservas estão a 20%)! Isto para não falar dos imigrantes de luxo, que se vêm reformar para longe da terra deles, para propriedades de luxo que acabam com a pouca água que ainda há. O problema é tão grave, que o sul de Portugal e de Espanha tornar-se-ão num deserto ainda durante a minha vida!(link)
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Arrancou...

...o blog Portugal no mundo. Escrito a oito pares de mãos, por portugueses espalhados por setes países, em três continentes. Eu também vou dar um ar da minha graça, de vez em quando. Vai ali para a barra lateral, assim que tiver mais uns minutos livres.
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Deprimidos? Não...

Já sei porque é que os alemães não param na Alemanha cada vez que têm a oportunidade de ter férias. Não é apenas à procura do sol que eles vão. Eles não precisam só de outros ares, outras comidas, ou de pessoas que não lhes digam a toda a hora quais são as regras. Não é só isso. É que a Alemanha causa depressão. E alguém se deu ao trabalho de estudar isso. O índice de depressão na Alemanha é de 6,5. Nem vos vou contar qual é o meu. Mas pelo lado positivo, faltam 4 dias para ir de férias. A minha pseudo-depressão vai desaparecer como por milagre!
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Segunda feira de manhã. 12 graus. Chuva. Aquecimento ligado. Alguém se importa de explicar aos manda-chuva que estamos em Julho?!
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sexta-feira, julho 08, 2005

Pôr do sol, na Madeira


Uma vez que tenho de aguentar com a chuva mais uns dias, fica aqui uma recordaçao das últimas férias.
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Desenrascanço?

Não!
Eu já tinha planeado as minhas férias, da maneira mais não-planeada possível. Ou seja, iria para um sítio qualquer, entre cá e lá ;), onde houvesse praia, e não tivesse que reservar absolutamente nada. Óptimo.
Claro que, para dificultar as coisas, à última da hora tinha que mudar de ideias. E mudar de ideias para uma daquelas coisas que as pessoas "normais" reservam com meses, senão um ano, de antecedência (mas isso lá tem alguma coisa de normal???). Claro que não dá, por isso teho que voltar ao plano original. E apesar de pensar que para o ano vou planear as coisas a tempo e horas, eu bem sei que isso não vai acontecer. Eu nunca passarei férias num chalet com piscina privativa para apenas duas famílias, porque aqueles que poderia pagar são reservados quando eu ainda nem sei para onde quero ir, nem quando quero ir. Mas tenho pena, claro. E nestas alturas fico a pensar que estou a ficar mesmo velha acomodada, para equacionar perder a minha imprevisibilidade só para ganhar uma casa de banho privativa. Afinal, uma praia e uma cabana deviam chegar, não? Ou uma praia e uma tenda... Ou uma praia e uma caravana... Ou uma praia e uma autocaravana... Estou mesmo a precisar de férias!
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quinta-feira, julho 07, 2005

Serviço público

Para quem vive na Alemanha. Este site calcula, no momento, qual o indicativo a marcar para falar mais barato para qualquer país, quer para a rede móvel, quer para a rede fixa. Indispensável.
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Roleta russa

Nao me apetece postar sobre isto. Apesar de tudo, digo apenas que vivo numa cidade maior que Lisboa. Apanho o metro quase todos os dias. Nao vou mudar os meus hábitos por causa do risco de um dia morrer ou ficar estropiada a caminho do trabalho. Mas estes cobardes têm que ser apanhados e encarcerados (no mínimo). Porque atacam indiscriminadamente, tanto os seus, como outros. Porque nao querem resolver nada, querem obrigar todos a viver como eles acham bem. Uma coisa tenho a certeza. Prefiro morrer a ser enclausurada. Quando essa for a minha única liberdade, nao tenho dúvidas de qual será a minha escolha.
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Bombas em Londres

Hoje de manhã. Ver aqui e aqui.

Adenda: porquê num melting pot como Londres? Onde há muçulmanos a pacotes, indianos, chineses, europeus, brancos, pretos, acastanhados, azuis, verdes, etc, etc, etc? É o castigo por irem à sua vida logo de manhãzinha (8h50) em vez de ficarem em casa a dormir?
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Teaser

Como calar uns gajos (casados ou a viver juntos) que morrem de vontade de ter uma empregada interna:
"Eu não gostava nada de ter um estranho a viver na minha casa. Deixava de poder andar nua à vontade."
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quarta-feira, julho 06, 2005

Escolha

Num restaurante, anunciam-se no menu "sobremesa: à escolha".

cliente - Que sobremesas há?
empregado - Há mouse de chocolate.
cliente - Só isso? Afinal qual é a escolha?
empregado - Ou quer, ou não quer...
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Se já sabes a resposta porque é que perguntas?

Há perguntas que não deviam precisar de ser feitas. Aquelas às quais já se sabe a resposta, por exemplo. E aquelas a que só aceitamos uma resposta. Porque é que perguntamos "queres isto?" quando só estamos preparados para um sim (ou para um não, é irrelevante)?
Não, meu amigo, não quero ir por aí. Se quiseres, vai tu, que a tua liberdade assim to permite. Mas eu não vou por aí, porque eu também tenho liberdade e não vou fazer o que não quero. E se vais ficar chateado por isso, à próxima já sabes: nem me perguntes. Amua, faz beicinho, faz queixinhas, faz o que quiseres, mas não vale a pena vires fazer chantagem. Eu nem preciso de saber porque é que tu embirraste comigo, se tu já sabes que eu nunca responderei da maneira que tu queres à tua pergunta. Não vou por aí. Vai tu. E quando te passar a birra, talvez possamos ir juntos, mas a outro lado.
Ou então, aprende a aceitar. Há várias respostas possíveis a uma pergunta. Se não estás preparado para as várias respostas, não perguntes.

Provérbio do dia: conforme a música toca, assim se dança.
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Carta aberta a Sócrates

Ou: "funcionalismo público, o bode expiatório". A não perder, no spectrum.
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terça-feira, julho 05, 2005

Férias

A cada ano que passa, aumenta a minha vontade de não fazer férias em Agosto. Não é porque em Agosto está toda a gente de férias e eu gosto de ser diferente dos outros. Não é bem isso. É que em Agosto, os sítios onde eu gostaria de estar estão demasiado cheios de gente. Eu não tenho nada contra as pessoas. Mas não gosto de ter uma toalha estendida a uns 10 cm da minha. Adoro a praia, mas não gosto de ter de ir para a beira das bóias vermelhas para poder nadar à vontade. E não gosto de ter de colocar a minha toalha num sítio que terei de abandonar quando o miúdo for para a água, para poder vigiá-lo (sim, sou uma mãe muito galinha).
Gosto mesmo muito de praia. Principalmente entre Setembro e Junho, quando está tão vazia que só se ouve o mar. Em Agosto, a praia transforma-se num mar de gente que fala alto, fala mal, luta -literalmente - por um pedaço de areia, enfim, quase se transforma num cenário de guerra. E como banda sonora, os rádios de pilha debitam os últimos êxitos da música pimba. Eu não tenho mesmo nada contra a música pimba. Mas não a escolheria como banda sonora das minhas férias de Verão.
Gosto do calor abrasador do interior (ai Alentejo!), dia e noite. Gosto da água fria com ondas a sério do Oeste (Alentejo, Alentejo). Gosto ver as gentes passar, à noite depois de uma refeição num restaurante típico (daqueles que não servem pizas). Mas em Agosto, não há gente a passar, há multidões que se arrastam pelas ruas das zonas balneares.
Ainda não sei onde vou de férias. Se calhar, ainda decidimos isso no meio do caminho, experimentamos um sítio qualquer e, se gostarmos ficamos, se não gostarmos, continuamos a viagem. Mas fico contente de passar a maior parte de Agosto em Munique (salvo uns pulinhos a Itália, talvez, que é a vantagem de estar no centro da Europa). É que por aqui, Agosto é um dos melhores meses. Está tudo muito mais calmo - pudera, os alemães piram-se todos para as praias com a prole, que só tem 6 semanas de férias de Verão - é o mês mais quente, e não há quase ninguém no trabalho. É só vantagens.
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olhó-sapato é-a-mil-é-a-mil

A propósito de crédito, há uns dias estava um senhor de uma agência de viagens a explicar na televisão (sic notícias?) que deveria ser normalíssimo recorrer ao crédito até para comprar uns sapatos. Nem podia acreditar no que estava a ouvir. Minha gente, se não têm dinheiro para comprar os sapatos, esperem por melhores dias, cortem nos cafés/jornais/revistas ou nos restaurantes/cinemas/seja o que for. Agora recorrer ao crédito para comprar uns sapatos (mas quanto é que será que custam os tais sapatos?) já me parece um grande exagero. E se os tais sapatos são assim tão caros, comprem uns mais baratos.

Provérbio do dia:
Quem não tem dinheiro não tem vícios.
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Variado ou avariado?

O "verão" em Munique é assim: um dia estão 27 graus e um sol que nunca mais acaba, e no dia seguinte 11 graus e chuva. Ainda bem que as férias estão mesmo à porta. Verão, aí vou eu!
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segunda-feira, julho 04, 2005

Os blogues sao uma coisa engraçada. Começa-se timidamente, a escrever umas coisas, sem dizer nada a ninguém. Uns tempos depois visitam-se outros blogues, deixam-se comentários porque nao conseguimos estar calados, que se conseguíssemos nao tínhamos começado a escrever um blog. Investigam-se as barras laterais dos nossos blogues preferidos, acrescentam-se aos favoritos para que possamos em quaquer momento verificar as novidades na vida daquele blog. Perdem-se horas e horas a ler isto e aquilo, porque há gente que escreve coisas giras, outros que têm uma vida interessante, outros que inventam coisas de partir a rir. Podem-se etiquetar: os blogues cómicos, os blogues políticos, os babyblogs, os blogues literários, os blogues emigrados, os blogues fotográficos, os blogues-diários. Com o tempo, uns deixam de existir, outros deixam de nos interessar, aparecem ou descobrimos uns blogues novos que dao vontade de ler até o arquivo acabar. Às vezes pensamos, puxa, como é que eu nao descobri isto antes, que blogue tao giro! E, de link em link, de comentário em comentário, andamos na roda dos blogues a partilhar a nossa vida e a vida dos outros. Percebemos quem anda feliz da vida, e nos transmite essa felicidade, e quem anda em baixo, a quem tentamos transmitir energia positiva.

Às vezes penso que/se um dia vou deixar de escrever no blogue, pura e simplesmente por se me esgotar o assunto ou a inspiraçao. Mas logo mudo de ideias. Já falo há muitos anos e nem por isso deixo de falar. Mesmo com aqueles com quem sempre partilhei a vida, tenho sempre algo de que falar. Quanto mais nao seja, inventar parvoíces, que a vida também é feita delas, e que bem que me sabe dizê-las. Por isso, quando acho que um dia nao terei mais nada para dizer, sei que me engano. Para isso era preciso eu nao gostar tanto de falar.
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Verdades incontornáveis

Roubado do brilho nos olhos: "Se num dia de verao os teus joelhos nao estao verdes da relva quando te vais deitar, é melhor considerares a tua vida..."
Parece-me que o meu miúdo tomou por lema essa filosofia. Só que em vez de joelhos verdes, são os calções que ficam manchados de relva. Eu não sabia, até agora, mas a relva não sai com uma lavagem normal na máquina. Assim sendo, ou o mando para a rua com calções mais curtos, ou passa a ir de fato de banho.
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Provérbio do dia

Gato escaldado de água fria tem medo.

Gato escaldado várias vezes, com a pele ainda em ferida, foge de qualquer gota de água no seu raio de visão.
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O carteiro

Há um rapaz muito estranho que me costuma vir entregar o correio. Ele é alto, moreno, e até é giro, mas não deixa de ser estranhíssimo. Entrega o correio em menos de 30 segundos, e consegue dizer olá, bom dia, e até logo nesse curtíssimo espaço de tempo. Eu no início ainda tentava falar com ele. Coisas simples, tipo dizer bom dia. Mas entretanto desisti. O rapaz é rápido demais para mim, nem sequer me dá tempo de me virar para ele enquanto ele faz o servicinho. Só me pergunto se ele é assim tão rápido em tudo quanto faz.
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sexta-feira, julho 01, 2005

O amor é lindo

1. Duas horas da tarde, restaurante quase vazio. Numa mesa, três pessoas. Casal, e mae/sogra. O casal está nitidamente apaixonado. Feliz, sabe-se lá bem porquê. Sao todos espanhóis, falam alegremente a língua de Cervantes. Curiosa e indiscreta, espreito de longe. Vejo-os de maos dadas, olhos nos olhos, sorrisos brincalhoes. Uma mao acaricia uma perna que nao lhe pertence. De repente uma cena... de cócegas. Seguem-se mais carícias nas pernas. Uma cabeça encosta-se à outra cabeça, olhos nos olhos, ambos totalmente alheios ao que os cerca, e aos meus olhares indiscretos. Sorrio. A alegria deles é contagiante. Nem a mae/sogra espanhola tenta silenciá-los, nao lhes pede para parar com as cenas amorosas em pleno restaurante.

2. Um casal que nao segue normas. Ambos de calças de ganga. Ambos de camisa, uma vermelha escura, outra cor de laranja. Ambos com o cabelo cortado curto. Se nao os visse juntos, nunca me passaria pela cabeça. Hoje, mais até que nos outros dias, compreendo que se excedam. Que estejam ainda mais felizes. E até que façam novos planos. Uma lei acabou de ser aprovada.
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Uma aula de ginástica a sério...

...é aquela em que dou por mim a desejar que a instrutora passe para outro exercício, só para passar a doer noutro lugar.
Estou que nem posso.
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Post experimental

Às vezes parece que ninguém (nos) ouve. Que ninguém vê, que ninguém fala de maneira a que entendamos. Nos dias escuros com nuvens, em que, se não fôssemos obrigados ao quotidiano, estaríamos por aí, sozinhos, solitários, incompreendidos, invadidos pela melancolia que nos impusemos a nós próprios. Nos dias escuros e de chuva, quando os amigos estão longe, e em que poucas coisas são um consolo para a alma, não sabemos o que fazer para voltar ao nosso "eu" normal. E imaginamos que o nosso normal é o nosso lado alegre, sorridente e bem disposto, e que vem acompanhado de dias de sol e de calor, ou dos amigos, das festas e das jantaradas.
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